Preso que matou colega de cela diz que vítima desonrava pais e ‘voz da avó’ ordenou o crime
Réu foi preso em 2022 por matar a vizinha idosa, em Sidrolândia, e também disse que ouvia vozes
Victória Bissaco –
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Sentado no banco de réus nesta quinta-feira (11), Juliano de Lacerda Bittencourt disse que o homicídio do colega de cela, Renato Geovane Alves, de 37 anos, no Presídio da Gameleira II, em Campo Grande, foi motivado porque a vítima teria o irritado com resposta sobre os pais dele. O crime ocorreu em 2022. Nesta manhã, também relatou ter escutado a voz da avó, já falecida, ordenando o assassinato.
Os jurados do Tribunal do Júri decidem se Juliano é inimputável, ou seja, se não entende a gravidade do ato cometido por causa de uma doença psiquiátrica. Segundo relato dele ao Plenário, estava há pouco tempo no presídio quando matou Renato.
Juliano Bittencourt conta que a vítima era de poucas palavras e não respondia às tentativas de conversa que ele iniciava. No dia 7 de setembro de 2022, perguntou a Renato sobre os pais dele. A resposta do colega de cela irritou o autor. “Simplesmente fiquei nervoso. Ele respondeu que o pai e a mãe não prestavam. Comecei a ficar irado, gritei para as celas do lado que iria fazer o ato e eles incentivaram”, afirma.
No momento de euforia, relata, ainda, que escutou a voz da falecida avó dizendo para ele “arrume”. No entendimento dele, a falecida dizia para matar Renato. Então, foi para cima do colega, que tentou se defender, mas foi morto asfixiado.
O réu afirma, ainda, ter ouvido outra voz dizendo que Renato abusava de crianças. “Também ouvi dizendo que ele era abusador de criança. Não foi ele que disse ‘sou abusador de criança’, foi uma voz contando que ele era”, lembra.
Investigações da Polícia Civil na época do crime apontam que os dois presos faziam uso de remédios psiquiátricos. Questionado sobre o motivo da irritação por causa da resposta de Renato, Juliano disse: “fiquei incomodado, porque uma pessoa que não reconhece o pai e a mãe não reconhece a si mesmo”.
Presos por feminicídio e morte de idoso
Juliano de Lacerda Bittencourt foi preso em 19 de agosto de 2022, em Sidrolândia, por matar a vizinha idosa Ivonete Bartolomeu, de 64 anos. À polícia, também relatou que vozes o mandaram cometer o crime. Ele disse que ouvia vozes desde os 19 anos e, no dia do assassinato, ouvia a mãe dele ordenar o crime.
Renato Geovane Alves, por sua vez, foi preso em 10 de agosto de 2022, pelo assassinato de José Leocárdio da Silva, de 73 anos. Ele confessou ter assassinado José depois de uma briga.
O idoso teria pedido que Renato abaixasse o som, mas ele discutiu e ocorreu o assassinato.
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