A mulher de 26 anos que acabou presa na madrugada de sábado (25) por agredir e ameaçar com uma arma de fogo, funcionários de uma boate na Avenida Afonso Pena, alegou em depoimento à polícia ser CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e ter sido obrigada a pagar uma comanda que não seria dela. A jovem foi solta em audiência de custódia e teve o registro de arma suspenso.

À polícia, ela disse que saiu da boate por volta das 3h, quando aconteceu a confusão. Segundo a jovem, sua comanda foi trocada e estava com um nome masculino. O funcionário do estabelecimento teria dito que a comanda no CPF da mulher estava paga. Mesmo assim, afirmou que ela teria que pagar a outra comanda, segundo consta no depoimento.

A mulher, que é mestranda em odontologia, disse ainda que foi agredida por uma funcionária. Ela admite ter retornado pouco tempo depois solicitando as imagens das câmeras de segurança, momento em que teria sido agredida também por um homem, que se identificou como policial. 

Na delegacia, ela disse que o suposto policial a jogou no chão. A jovem teria batido a cabeça e ficado com hematomas após ser agredida com socos e chutes e ser algemada.

Após ser imobilizada, o homem ainda teria ido ao carro dela e encontrado a arma, de calibre .357.

Clube de tiro após a boate

Por ser CAC, a mulher tem o registro da arma e certificado de curso e alegou estar com a arma no carro porque iria a uma aula em um clube de tiro após ir à boate. No veículo, estavam o traje do curso e uma maleta com a arma.

Aos policiais, a mulher relatou só utilizar a arma no estande de tiros. Disse ainda ser epilética e que, por isso, quase não sai de casa e não ingere álcool. No meio da confusão, ela afirmou ter tido episódios de convulsão, mas diz ter sido desacreditada pelas pessoas ao redor, que não prestaram socorro.

A jovem diz ter apresentado mais três quadros de convulsão após a briga e apresentou ainda o agendamento de consulta médica com o neurologista com quem faz tratamento.

A mulher foi liberada durante audiência de custódia em razão da primariedade, bons antecedentes, ter residência fixa, emprego lícito e por que os fatos não foram praticados mediante violência ou grave ameaça.

Porém, ela deve se apresentar mensalmente e teve a suspensão da inscrição no registro de armas.