O policial penal de 35 anos preso nesta quinta-feira (4), em Campo Grande, por equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), nas proximidades da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), fazia ‘serviços’ extras para presidiários.

O policial confessou que estava com a mochila para ser entregue a um detento de nome Max que havia feito a encomenda de cerca de sete celulares. Ele disse que havia buscado a mochila com uma mulher, que não conhecia, no bairro Jardim Canguru, e seguia para o presídio fazer a entrega quando foi preso. 

Ainda de acordo com informações, por cada entrega, o policial penal recebia o valor de R$ 250. Ele disse que não sabia que na mochila havia drogas, já que não teria aberto. O policial disse que precisava do dinheiro para consertar seu carro.

O Setor de Operações e Inteligência do Gaeco recebeu a informação de que um policial penal estaria na posse de entorpecentes, sendo que estaria nas proximidades da UFMS, em uma motocicleta, de cor preta.

Os agentes, então, fizeram vigilância e, por volta das 17h30, flagraram e abordaram o policial penal. Com ele, estava uma mochila e dentro havia dois tabletes de cocaína, além de uma caixa com celular e carregadores.

Também foi encontrado um rolo de saco de lixo da cor azul – comumente utilizado para embalar entorpecentes – e um carregador de pistola municiado com 12 munições do calibre .40.

O policial penal acabou preso e encaminhado para a delegacia. Informações são de que ele estaria lotado no CPAIG (Centro Penal Agroindustrial Gameleira) e que provavelmente a droga seria levada para o presídio.

O Midiamax entrou em contato com a Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária) para saber sobre o caso, e a informação é que a Corregedoria acompanha o caso.

Desde maio deste ano, o Midiamax vem noticiando sobre a entrada de celulares em presídios do Estado, e inclusive, um bilhete interceptado com um detento que trazia ordens de execução dos policiais penais.

Entrada de celulares em presídios

Esquema supostamente organizado em parceria entre presos faccionados e servidores da administração penitenciária corrompidos teriam transformado as ‘telecomunicações ilegais’ em negócio milionário nas cadeias da Agepen.

Para funcionar, o esquema aproveitaria brechas intencionalmente mantidas. Dessa forma, o acesso de empresas terceirizadas, a ‘vista grossa’ para o arremesso de pacotes para dentro dos presídios, a entrada de visitas e até mesmo de servidores que burlam revistas seriam os meios de colocar aparelhos celulares nas penitenciárias de Mato Grosso do Sul.

Portanto, não importa o tamanho da prisão, todas estariam comprometidas, mostram as inúmeras ocorrências policiais que apontam como mentores intelectuais detentos sob responsabilidade da Agepen. Isso sem falar dos constantes flagrantes de celulares e até explosivos ‘guardados’ pelos bandidos na segurança das cadeias.