Policiais militares suspeitos de executarem ex-vereador em Anastácio são presos em operação

Além dos policiais, o pré-candidato do PSDB, Douglas Figueiredo, foi preso com armamento em casa nesta sexta-feira (17)

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Wander Alves, conhecido como Dinho Vital (Foto: Reprodução/Redes sociais)

O sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos, da PM (Polícia Militar), envolvidos na morte do ex-vereador Dinho Vital, em Anastácio, foram presos temporariamente nesta sexta-feira (17). Além dos policiais, o pré-candidato do PSDB, Douglas Figueiredo, foi preso em flagrante com armamento em casa.

Equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) estão na cidade, que fica a 135 quilômetros de Campo Grande, desde as primeiras horas da manhã desta sexta (17) para cumprimento de mandados na operação que investiga a morte de Dinho Vital, ocorrida no último dia 8. 

Em contato com o Jornal Midiamax, o advogado de defesa dos policiais, Lucas Rocha, confirmou que os militares se apresentaram espontaneamente. Contra eles havia mandados de prisão temporária. 

“Os Policiais Militares apresentaram-se espontaneamente para cumprimento dos mandados de prisões temporárias, pois acreditam e confiam fielmente no Poder Judiciário, e tão breve será elucidado o ocorrido, e assim confirmada as versões dos mesmos, que agiram no estrito cumprimento do dever legal e em clara legítima defesa”, explicou o advogado. 

Prisão de pré-candidato do PSDB

O pré-candidato do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), Douglas Melo Figueiredo, foi preso pelos crimes de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, na manhã desta sexta-feira (17).

Quando os agentes cumpriram os mandados de busca e apreensão, encontraram duas carabinas, uma de calibre .38 e outra .22, sem numeração e marca aparente. Além de uma pistola 9mm, com um carregador e 14 munições. 

Após a prisão, o político foi levado para a DP (Delegacia de Polícia Civil) de Anastácio, onde prestou depoimento e alegou que as armas apreendidas em móveis dentro de casa eram do pai dele – falecido no ano passado –, que morava em uma chácara com a esposa, e tinha o armamento há muitos anos.

Policiais eram seguranças de ex-prefeito, segundo testemunhas

Conforme relatos de testemunhas que participaram da festa em comemoração aos 59 anos da cidade, o sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos acompanhavam, armados, o ex-prefeito Douglas Figueiredo desde a hora que ele chegou até o momento que deixou o local.

“Tempo todo estava com os seguranças dele, onde ia levava esses dois”, relatou um político ouvido pelo Jornal Midiamax, que estava no evento e preferiu não se identificar, por medo.

Boletim de ocorrência do caso terminou registrado como ‘homicídio decorrente de oposição a intervenção policial’, ou seja, confronto com a polícia. Porém, a Corregedoria da PM abriu procedimento para apurar o envolvimento dos dois PMs envolvidos.

Policiais afastados

Conforme o advogado, os policiais passaram pelo setor psicológico da PM e por estarem abalados acabaram afastados. Ainda de acordo com Rocha, os militares se colocaram à disposição do Ministério Público de Anastácio, também do Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) do MPMS, e da Polícia Civil de Anastácio para esclarecimentos.

Os policiais foram ouvidos na Corregedoria, que abriu um inquérito para apurar a ação dos militares. No dia 8 de maio, os policiais foram chamados para o local após serem avisados de um pessoa armada na BR-262, segundo ocorrência da PM.