Polícia Militar relata audácia de bandidos e analisa confronto após arremesso de celulares na Máxima
Policiais penais foram alvos de mais de 10 tiros
Thatiana Melo, Victória Bissaco –
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O comandante do Batalhão de Choque, Rigoberto Rocha, confirmou na manhã desta segunda-feira (20) que os policiais foram chamados para ajudar no tiroteio que estava acontecendo nos arredores do Presídio Jair Ferreira Carvalho, conhecido como Máxima, onde policiais penais eram alvo de uma tentativa de execução, o que não confere com o suposto arremesso de celulares para dentro da Máxima.
Milton César Santos de Souza, de 35 anos, tinha várias passagens por roubo, furto, ameaça, lesão corporal dolosa e estupro. “Estão mais articulados, mais agressivos. Existe toda uma estrutura por trás para estarem confrontando com a Polícia”, disse o comandante do Choque. Já sobre o bilhete interceptado, o comandante não confirmou.
Ainda de acordo com o comandante, os policiais estão atrás dos comparsas de Milton. “O Batalhão segue nas redondezas do complexo penitenciário para mostrar para o criminoso que ali não tem como fazer esse atentado”. Assim, o comandante ainda disse ser “estranho alguém que só estava arremessando celulares estar com uma arma”.
“Com os itens que foram apreendidos, acreditamos que vamos chegar na relação com os detentos envolvidos na ação”, finalizou o comandante.
Bilhete interceptado
Um bilhete interceptado há pelo menos uma semana na Gameleira de Segurança Máxima, em Campo Grande, trazia ordens expressas para execução de policiais penais. Neste domingo (19), três agentes foram alvos de mais de 10 disparos de um grupo de criminosos, que seriam faccionados, de acordo com informações obtidas pelo Jornal Midiamax.
O bilhete manuscrito traz em alguns trechos: “destemido o papo é reto para seu XXX para XXX e seu XXX que pegar primeiro é para executar sem dó entendeu, pois referente ferramenta nós tem”, dizia uma parte do bilhete. Por questão de segurança dos policiais penais, os nomes dos agentes alvos da execução estão suprimidos na matéria.
“Minha conta bruta é para pegar, pois me bateram lá na Máxima, e é para pegar sem dó, entendeu?”, estava escrito no bilhete interceptado com um detento transferido do Presídio de Segurança Máxima para a Gameleira I.
A parte final do bilhete traz: “tem dois meses que estou mandando essas ideias, mano. Vê se tá tranquilo que vou chutar na mão dos guris, entendeu. Já tão demais no MS, está na hora de dar uma resposta a altura”. Conforme escrito no bilhete que dava ordens de execução aos policiais penais que estavam na torre da Máxima, neste fim de semana.
Plano de execuções a policiais penais
O que seria um arremesso de celulares para dentro dos muros da Máxima, na realidade era o plano de execução dos policiais penais, que já estava sendo planejado dentro das celas dos presídios da Capital. Conforme informações obtidas pelo Jornal Midiamax, a inteligência da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) havia interceptado o bilhete há pelo menos 1 semana, mas os agentes não teriam sido informados sobre as cautelas a serem tomadas.
Dessa forma, depois do tiroteio e morte de um dos criminosos em confronto com policiais do Batalhão de Choque acionados para ajudar, o Sinsapp (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) emitiu um alerta:
“O SINSAPP informa que há suspeita de um atentado ocorrido contra policiais penais na noite de sábado, 18 de maio, na Unidade de Segurança Máxima. Em função desse incidente, o SINSAPP exige uma resposta imediata da SEJUSP e da AGEPEN, visando a segurança de todos os servidores. É crucial que todos os policiais penais e demais servidores fiquem atentos e redobrem a cautela. O sindicato está comprometido em acompanhar o caso de perto e exigirá medidas efetivas para prevenir novos incidentes.”
Por fim, o presidente do sindicato, André Santiago, disse que irá pedir providências urgentes da Agepen e da Sejusp. “A Agepen não teve coragem de dar uma resposta imediata no combate ao crime organizado, como outros estados fizeram”, disse. O presidente do sindicato ainda fala da necessidade de maior efetivo e da regulamentação da Lei dos policiais penais.
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