‘Não teve mulher, nem moto’, mãe de assassinado em frente à boate de Campo Grande pede Justiça

Audiência de instrução de julgamento está marcada para a próxima semana

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
(Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

A família de Bruno Justino Campidelli, 24 anos, assassinado na saída de uma boate na Avenida Manoel da Costa Lima, em Campo Grande há quatro meses, luta por Justiça. Três pessoas foram presas envolvidas no crime.

Está marcada para a próxima semana a audiência de instrução de julgamento do caso. 

Márcia Maria Justino da Silva, mãe de Bruno, segue revoltada com a situação. Ela disse que o filho era trabalhador e que morava com ela. 

Naquele dia, Bruno foi para a boate na companhia de três amigos. “Não teve mulher, nem moto branca”, explicou a mãe, já que inicialmente as informações no local eram que a briga teria ocorrido por conta de uma mulher.

Através dos depoimentos dos amigos, ela explicou que no local estava um dos autores que passou a encarar um colega de Bruno. 

Os rapazes continuaram bebendo e jogando sinuca, ao mesmo tempo em que os jovens se encaravam. 

“Quase amanhecendo, chegaram outros dois rapazes e então os meninos resolveram ir embora. Na saída, um dos autores deu um tapa na cabeça do Bruno e teve uma discussão de boca”, contou.

Eles então tentaram ir embora. Bruno pilotava uma motocicleta e o amigo que estava encarando o autor, estava na garupa. Em certo momento, uma Saveiro fechou os jovens e efetuou o tiro. 

“Disseram que o tiro era para o Júlio, mas ele disse que pulou da moto”, explicou a mãe.

Bruno tinha dois irmãos e deixou uma filha especial de 4 anos.

(Victória Bissaco, Jornal Midiamax)

Prisão de trio

Bruno foi baleado mais para baixo na rua e subiu a Avenida Manoel da Costa Lima na contramão, já ferido, caindo na Rua Jatobá. Ele foi assassinado com dois tiros.

Três homens, sendo dois de 21 e outro de 27 anos, foram presos pelo assassinato. Dois deles são irmãos. Eles foram presos pela Força Tática 10º CIPM e pelo 10º Batalhão da PM (Polícia Militar) horas após o homicídio. A arma, um revólver calibre .38, e o veículo usado no crime também foram apreendidos.

Inicialmente, a informação era de que o crime foi cometido por uma discussão por mulher na Tabacaria. Contudo, aos militares, um dos homens disse que estava na tabacaria e ligou para o irmão contando que estava sendo ameaçado por algumas pessoas possivelmente armadas dentro do estabelecimento. Então, o irmão encontrou um ‘amigo’ e pediu carona para ir até a tabacaria.

Eles relataram que quando os dois chegaram ao estabelecimento – ocupando um Saveiro – foram cercados por três motocicletas. Ao tentarem sair, foram encurralados, momento em que o motorista da Saveiro sacou a arma e efetuou disparos sem saber se os atingiram. 

O homem, de 27 anos – que usava tornozeleira eletrônica por crimes de receptação e furto –, foi abordado na Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho e confessou que tinha conhecimento dos fatos. 

Segundo o Tenente Manoel de Melo, do 10º Batalhão da PM, o homem contou o que teria ocorrido e apontou onde estaria o irmão.

Após a localização dele, os policiais foram em busca do suspeito dos disparos, encontrado em casa no Dom Antônio Barbosa, com a arma usada no crime escondida no telhado e a Saveiro na residência.

Conteúdos relacionados