‘Não ocorreu premeditação’: Acusado da morte do jogador de futebol alega legítima defesa

Hugo foi assassinado com um tiro na cabeça, teve o corpo esquartejado e jogado em rio

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Durante a audiência desta quinta-feira (29), em Sete Quedas, a 467 quilômetros de Campo Grande, onde o jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, foi morto e esquartejado, em julho do ano passado, o acusado da morte, Danilo Alves, alegou legítima defesa para o crime.

Segundo o advogado de Rúbia Joice de Oliver Luivisetto, 21 anos, Felipe Azuma, tanto Danilo como a sua cliente negam premeditação do crime. No mesmo sentido, Danilo em audiência alegou legítima defesa, já que o jogador de futebol teria invadido a casa de Rúbia e estava agressivo.

Ainda de acordo com a defesa, quando ocorreu o tiro que matou Hugo, todos que estavam na casa ficaram desesperados e Rúbia teria pedido para que tirassem o corpo do jogador de sua casa. “Tirem daqui, o que vocês fizeram?”, teria dito ex-namorada de Hugo. Tanto Rúbia como Danilo prestaram depoimento nesta quinta em audiência e o padrasto da jovem deve terminar o depoimento nesta sexta, já que na quinta teve de ser interrompida por falta de luz.

Segundo Azuma, a sua cliente tem arrependimento de nunca ter denunciado Hugo pelas agressões sofridas por ele e de no dia do crime não ter chamado a polícia. O trio teria ficado com medo de represálias depois do assassinato. 

Cleiton Torres, conhecido como ‘Maninho’, também já foi ouvido e disse ser inocente das acusações do crime. Em depoimento, ele chegou a dizer que nem tudo que disse quando interrogado na época era verdade e nem tudo era mentira, sem especificar o que seria verdade ou mentira. 

Serra elétrica para esquartejar corpo de jogador 

A Polícia Civil concluiu que, para esquartejar o corpo, foram usadas uma serra fita de açougue e uma serra elétrica. Os objetos foram encontrados na casa do suspeito Danilo Alves e apreendidos pela polícia. A ex-namorada de Hugo está presa acusada de ser a coautora do crime. Já o jovem citado anteriormente está foragido e um mandado de prisão contra ele foi expedido. 

A polícia também concluiu que o crime foi premeditado e dificultou a defesa do jogador. Hugo foi morto com três tiros, sendo dois na testa, e ainda teve o corpo esquartejado e arremessado no rio, o que envolveu uma força-tarefa para localizar os restos mortais. 

Conforme a Polícia Civil, foram ouvidas 17 testemunhas, além do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, o que resultou em celulares e objetos perfurocortantes encaminhados para perícia. Ao todo, a investigação durou 11 dias e continua em andamento, com a colaboração de pessoas que foram “peças-chave” para identificação dos envolvidos.

Danilo mentiu para a polícia

Danilo mentiu para a polícia. Ele contou que, na noite do dia 24 de junho de 2023, foi para uma festa no posto com seu pai em uma caminhonete Hilux e que teria deixado o local também na companhia dele. Disse ainda que, neste dia, estava brigado com sua namorada.

Contou ainda que, naquela noite, viu Hugo na festa e se cumprimentaram. No relato, disse que nunca havia conversado ou brigado com Hugo, mas que a vítima tinha ciúmes dele porque Danilo teve um breve relacionamento com a ex-namorada do jogador.

Consta ainda no depoimento do autor que a vítima estaria sob efeito de drogas, muito alterada, além de perceber um ‘volume’ na cintura de Hugo. Danilo disse à polícia que teria ouvido comentários de que o jogador estaria armado.

Por volta das 4h30, relatou ter ido embora da festa com seu pai na caminhonete e dormiu, acordando por volta das 13h. Disse que seu primo compareceu na festa, mas foi embora antes.

O depoimento diverge tanto do relato da ex-namorada do jogador, quanto do amigo dela, que estava na casa e teria ajudado a colocar o corpo do jogador no veículo após o primeiro disparo. Os dois estão presos.

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