Clewerson Pereira de Oliveira alegou que um tapa no rosto foi estopim para matar a namorada, a cabeleireira Aline Mayara Boni, de 24 anos, em Iguatemi, a 466 quilômetros de Campo Grande, na manhã do dia 29 de abril. 

O homem fugiu após o crime com ajuda de um comparsa e acabou sendo preso em Toledo, no Paraná, no último domingo (5). Ele foi interrogado pelo delegado Eduardo Ferreira de Oliveira, da Delegacia de Polícia Civil de Iguatemi, através de uma videoconferência nesta semana.

Demonstrando muita frieza e nenhum arrependimento, Clewerson confessou o feminicídio, alegando que houve discussão entre ele e Aline momentos antes, pois o mesmo suspeitava de traições por parte da namorada.

Segundo o delegado, o suspeito disse que durante a discussão foi agredido por Aline, pois havia levado um tapa no rosto e a partir desse momento desferiu os disparos na nuca dela. 

Em relação ao comparsa Rafael Barbosa dos Santos – que pilotava uma motocicleta e deu fuga ao suspeito -, Clewerson confessou que os dois participaram juntos do crime e fugiram em seguida sentido a Tacuru, cidade vizinha a Iguatemi. 

Depois, Rafael abandonou a motocicleta e Clewerson seguiu sentido ao Paraguai, na linha internacional. Do Paraguai, foi até Salto del Guairá, no Paraná. O comparsa ainda não foi preso e segue sendo procurado pelas autoridades policiais.

Ainda conforme o delegado, Clewerson não deve vir para Mato Grosso do Sul por enquanto. Deve permanecer no estado paranaense até que o judiciário ou MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) entenda a necessidade dele ser recambiado para MS.

Prisão no Paraná

A equipe da GCM fazia patrulhamento no terminal rodoviário no domingo (5) quando abordaram um casal. Durante a abordagem, três homens passaram e ficaram observando o trabalho da Guarda, até que dois deles tentaram fugir quando viram duas viaturas se aproximando de onde estavam. 

Um deles apresentou os documentos e Clewerson se identificou como ‘Jeferson’ dizendo que estava sem documentos. Em consulta não o encontraram. Questionado, ele confessou o nome verdadeiro, quando foi confirmada a fuga de Iguatemi, após feminicídio.

Feminicídio de Aline

Na segunda-feira (29), alguns populares que moram no bairro Waloszek Konrad, onde a vítima foi morta, relataram à Polícia Civil que escutaram quatro tiros e visualizaram o possível autor guardar a arma na cintura e sair de carona em uma motocicleta Honda Titan.

Antes do crime, durante a madrugada, a cabeleireira foi encontrada desorientada, possivelmente sob efeito de drogas. As informações teriam sido repassadas pela própria vítima à equipe médica do PAM (Pronto de Atendimento Médico) municipal, segundo o prefeito da cidade. Outra suspeita é de que Aline estava grávida.

A PM informou que Aline estaria mentalmente perturbada. Na madrugada do dia do crime, uma equipe foi acionada para atendimento de uma ocorrência onde uma mulher havia invadido a casa da solicitante. A equipe deslocou-se ao local e fez contato com Aline Mayara Boni, responsável pela invasão. Conforme registro, ela aparentava estar mentalmente perturbada, o que levou a equipe a encaminhá-la ao PAM da cidade para atendimento médico.

Horas após ser liberada do atendimento médico, às 11 horas do dia 29 de abril, Aline foi morta. Vizinhos chamaram a polícia depois de ouvirem barulho de tiros.

Aline foi assassinada com dois tiros na nuca, com perda de massa encefálica. Ela teria ficado de joelhos ao ser assassinada. Vizinhos ouviram cerca de quatro disparos, logo viram o namorado da cabeleireira saindo do local. Ele ainda teria colocado na cintura uma arma.