Uma mulher, de 23 anos, denunciou o motorista de um aplicativo, de 59 anos, por injúria religiosa. A mulher procurou a delegacia na segunda-feira (13) após se sentir desconfortável com as falas do homem, como ‘sai satanás’, durante uma corrida na sexta-feira (10). Ele ainda teria falado do filho da vítima, que é portador de necessidades especiais.
Ela estava com o filho quando solicitou a corrida. À polícia, ela contou que o motorista assim que chegou a questionou se era evangélica, por estar usando saia longa e após a resposta positiva, o homem teria passado a fazer piadas e perguntas pessoais sobre a religião.
A vítima lembrou que havia acionado a corrida para ir até o Cotolengo, mas os dois primeiros motoristas cancelaram o pedido. Assim, ela disse que se ele quisesse cancelar, podia cancelar.
Ela ainda disse que a criança chora muito quando entra em um carro e alguns motoristas se irritam, por isso ela já avisa logo no começo da corrida.
O motorista não cancelou, mas começou a dizer: ‘sai satanás’. Depois ainda teria dito que o filho tinha necessidades especiais porque os pais eram falsos evangélicos e que a condição da criança era espiritual.
Em outro momento, ele perguntou a profissão do marido da mulher, que respondeu que ele era pastor evangélico e o homem então teria dito que ele era pastor ladrão.
Ao desembarcar, o motorista ainda teria dito. “Nenhuma geração sua vai sobreviver. Eu amaldiçoo a sua família”.
A mulher gritou pela sogra e o homem arrancou com o carro quase a atropelando. Disse ainda na delegacia que não sabe quais os motivos para o motorista ter agido assim. Outras pessoas teriam presenciado as agressões verbais e o quase atropelamento.
‘Não foi por ser evangélica e, sim, pelo meu filho’
Após a publicação da reportagem, a vítima procurou o Jornal Midiamax na tarde desta terça-feira (14) e alegou que não houve injúria qualificada pela religião e, sim, pelo fato do filho ter convulsionado no carro.
“Meu filho convulsiono no carro, porque ele não pode passar nervoso. Não é por eu ser evangélica e, sim, pelo meu filho. Não foi só a injúria religiosa e, sim, a falta de respeito e caráter dele”, disse.
A mulher também esclareceu que o filho não tem autismo e, sim, que ele sofre de uma síndrome rara.
*Alterada às 18h55 para acréscimo de informações.