O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a prisão preventiva do homem, de 24 anos, suspeito de matar a esposa Andressa Fernandes Teixeira, atropelada em casa no Nova , na noite do dia 20 de abril. Andressa foi morta aos 29 anos na frente dos filhos. 

O marido chegou a ser preso pela polícia, mas teve a liberdade concedida em audiência de custódia – com tornozeleira eletrônica – no dia 22 de abril, pois negou que teve a intenção de matar Andressa. “Ele nega que teve intenção. A lei é clara, que se há dúvida, permaneça em liberdade”, afirmou o advogado de defesa, Paulo Macena. 

Já na última terça-feira (23), o MPMS solicitou que fosse restabelecida a prisão preventiva do homem. 

“As circunstâncias do delito perpetrado pelo recorrido repercutiram muito, de modo negativo na sociedade e a liberdade do autor no presente momento provoca sensação de impunidade, fazendo-se a prisão necessária para, além de resguardar a credibilidade da justiça, assegurar a paz da comunidade, sensivelmente abalada por delitos desta natureza”, consta no pedido. 

O MPMS também explica que circula pelas redes sociais um vídeo do momento em que Andressa é retirada – já sem vida – debaixo do carro usado no crime.

O vídeo foi publicado pelo Jornal Midiamax na tarde desse domingo (28), onde mostra os moradores incrédulos com o crime e tentando tirar o veículo de cima da mulher. Uma mulher ainda diz: “oh Deus! Era para ter tirado esse carro antes”.

Agora, a defesa do marido de Andressa tem um prazo de dois dias para apresentar contrarrazões, que começa a valer a partir desta terça-feira (30).

A vítima foi arrastada e morta atropelada em frente aos filhos na Avenida Cinco, no Nova Campo Grande. O Corpo de Bombeiros foi acionado, uma ambulância chegou rápido, entretanto, a equipe constatou o óbito após 1h. 

Vizinhos e familiares contaram que as brigas e discussões entre o casal eram frequentes. “Era sempre constante (brigas). Todos os vizinhos ouviam. Ficava sempre preocupada se alguma coisa acontecesse”, disse uma vizinha no dia seguinte ao crime.

Morta na frente dos filhos

Em entrevista coletiva de imprensa, a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), Elaine Benicasa, explicou que o casal vivia junto há 12 anos e que vizinhos relataram que o relacionamento era bastante conturbado, pois escutavam brigas frequentemente.

Os dois estavam ingerindo bebida alcoólica, quando brigaram porque o marido queria ir pela terceira vez comprar mais bebida e a mulher não queria deixar. Ele já havia ingerido três caixas de bebida alcoólica.

Andressa estava sentada no portão da residência com os filhos, quando o autor entrou no carro deu ré e a atingiu. À polícia, primeiro ele contou que não sabia que ela estava atrás do veículo, depois contou que ela foi para atrás do veículo, quando ele deu ré, passando por cima dela e destruindo o portão. 

“A filha pediu ajuda em um grupo da família. Os familiares começaram a chegar e tiraram ela debaixo do carro, porque ela teria ficado presa, em tese com vida, mas quando o socorro chegou ela já não tinha sinais vitais”, explicou.

Após atropelar e prensar a esposa contra o portão, o marido ainda a arrastou por cerca de 10 metros em via pública. A polícia ainda aguarda laudos para saber se ela foi atropelada mais de uma vez e investiga se ele parou para prestar socorro, segundo a delegada Marianne Souza.