‘Minha vida acabou’: mãe de Reginaldo faz desabafo no dia do júri de filho morto a facadas

Mãe de Reginaldo foi ouvida no julgamento da ex-nora

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( Ana Laura Menegat, Midiamax)

“Minha vida se acabou, até hoje aquela dor não sai do meu peito”, falou para os jurados na manhã desta sexta-feira (6), a mãe de Reginaldo Amaral Paes, no julgamento da ex-nora, Luciana Duarte Grubert, em Campo Grande. Reginaldo foi assassinado com uma facada no peito, em janeiro de 2022.

Marilene Amaral Paes contou aos jurados que nunca soube que Luciana seria agredida pelo filho. Ela relatou que grande parte da discussão entre Luciana e Reginaldo era porque o filho queria dinheiro para beber pinga e a esposa não dava.

“Quando ele bebia, ele era um coitado. Se desse um empurrão nele, ele ficava. Mas ela não, ela era agressiva”, disse Marilene. A mãe de Reginaldo disse que ele era um bom filho. “Minha vida se acabou, até hoje aquela dor não sai do meu peito. Toda hora que eu tô sentada eu vejo ele passando na minha frente. Quando estou fazendo café eu vejo uns vultos e escuto a voz dele me chamando. É uma dor que não sai nem do meu coração nem da minha mente. Ele levou um pedaço de mim”, disse a mãe.

No dia do crime, Marilene acordou por volta de 1 hora da madrugada. “Foi Deus que me alertou”, disse. Ela escutou o filho a chamando três vezes. “Ele disse que estava sangrando. Então eu acordei meu esposo e disse que a Luciana tinha furado meu filho”, conta. Ainda segundo Marilene, a ex-nora chegou a colocar o marido no colo e passar pomada no ferimento.

Reginaldo falava para a mãe que tinha vontade de se separar de Luciana. “Falava que ele queria ir embora, a gente dava conselho, eu e o pai dele, mas ele nunca escutou. Falávamos para ir cada um para o seu lado, porque não tinha porque ficar com briga, ela ameaçando ele”, disse Marilene.

O crime

A mãe de Reginaldo foi quem chamou a polícia por volta das 2 horas da madrugada, quando ouviu os gritos de socorro da vítima, que foi encontrada ensanguentada em cima da cama do casal, após ser golpeada no peito.

A autora tentou mentir sobre o crime, dizendo que outra pessoa havia esfaqueado seu marido, mas depois confessou que ela o golpeou após uma briga entre eles. Ela ainda afirmou que sempre foi humilhada pelo companheiro, nos 10 anos de relacionamento, e que teria resolvido matá-lo depois das discussões.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e o homem encaminhado para a Santa Casa. No quarto, os policiais encontraram o local sujo de sangue. A faca usada no crime foi apreendida e a mulher presa em flagrante.