A menina negra de 4 anos agredida pelo pai de um colega da escola municipal, no bairro Universitário, em Campo Grande, será transferida pelos pais da instituição de ensino, segundo a advogada Lione Balta Cardozo.

De acordo com a advogada, os pais da criança estão muito abalados com toda a situação. Segundo Lione, desde terça-feira (12), a menina não está indo para a escola. Não é descartado o crime de racismo, segundo Lione depois de postagens recebidas em que o pai do menino faz apologia ao nazismo e racismo. Publicação em uma rede social diz: “morte a negrada”.

Conforme a advogada da família da menina agredida, não é descartado o crime de racismo, mesmo o pai tendo falado que o filho teria fobia de toques, e por isso invadiu a escola para defendê-lo. “É um vídeo chocante, sem explicação plausível para o que aconteceu”, disse Lione.

A advogada da família explica que a menina não abraça o coleguinha, apenas, encosta na criança que não repudia o toque da menina. “Não foi apresentado nada sobre a fobia que a criança teria”, disse a advogada que ainda falou sobre as postagens de cunho nazista feitas pelo autor.

Alegou que filho tem fobia a abraço

Em depoimento na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), o homem falou que ficou nervoso com a situação, já que havia pedido para a professora afastar a menina de perto de seu filho, mas que nada foi feito.

Ele ainda disse à polícia que também fez o mesmo pedido para a diretora da escola, mas nada foi feito. Com isso, ele começou a ficar nervoso e falou que iria entrar para afastar as crianças, tendo sido impedido pela diretora. Na sequência, ele empurrou a diretora e foi até onde estava a menina, afastando de seu filho, pegou o menino e foi embora. 

Depois de sair da escola, ele se arrependeu e voltou com o menino. Dessa forma, foi até a sala da diretora, que estava registrando o ocorrido em ata escolar. Já na sala da diretora, ele teria dito ao filho que se caso a menina ou qualquer outra criança se aproximasse dele, ele poderia bater. 

A Guarda Civil Metropolitana foi acionada e conduziu os envolvidos para a delegacia, onde foi lavrado um Termo Circunstancial de Ocorrência. 

Além da oitiva dos envolvidos e de testemunhas, foi analisado o vídeo da câmera de monitoramento da escola. Segundo a polícia, não surgiu qualquer indício de racismo.