Mães de PMs envolvidos em morte de Dinho falam que tragédia foi transformada em fato político
Dois laudos e testemunhas afirmam que policiais militares teriam agido em legítima defesa
Thatiana Melo –
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“Uma tragédia transformada em fato político”, disse a mãe de um dos policiais militares envolvidos na morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, em Anastácio, a 134 quilômetros de Campo Grande, para o Jornal Midiamax.
Elaine Malheiros, mãe do militar Bruno César, contou confiar no judiciário, mas que teme pelo poder político. “Eu confio na isenção e imparcialidade do Poder Judiciário, entretanto, é impossível não temer o poder político, econômico e midiático sobre o caso”, disse Elaine.
“Ele está muito abalado emocionalmente, pelo sentimento de injustiça, afinal, ele estava no estrito cumprimento do dever legal diante de uma ameaça real de um homem armado e descontrolado que ameaçava a sociedade naquele momento”, falou a mãe do policial Bruno.
O advogado de defesa, Lucas Rocha, disse que durante a audiência que ocorreu na última semana, duas testemunhas corroboraram que os policiais agiram em legítima defesa. De acordo com informações, foi produzido um laudo técnico assinado por dois peritos, um policial civil e outro policial federal.
No laudo, a conclusão é de que os policiais agiram em legítima defesa. Durante a audiência ficou esclarecido que a vítima de fato voltaria armado. “Foi avisado pela viúva, em pânico, que ligava pedindo para trancarem o portão da chácara, com receio de seu marido entrar e cometer uma tragédia lá dentro”, disse a defesa.
Ainda conforme informações, uma testemunha ocular dos fatos enfatizou que a vítima não estava de costas para os policiais, mas sim lateralizado, o que corrobora o laudo pericial criminal do instituto de criminalística, que conclui que a vítima estava lateralizada.
Pedido de liberdade
A defesa do sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos, da PM (Polícia Militar), pediu novamente que a prisão dos acusados seja revogada.
A dupla está presa desde a época do homicídio e o pedido de revogação foi feito no dia 4 de novembro, poucos dias após a realização da terceira audiência de instrução e julgamento do caso, quando cinco testemunhas foram ouvidas e os réus interrogados no Fórum de Anastácio.
Conforme os advogados, Lucas Arguelho Rocha e Luciano Albuquerque Silva, com a instrução processual encerrada após o interrogatório dos réus, não há mais necessidade da prisão dos policiais. “Não há mais necessidade da manutenção da custódia dos requerentes, tendo em vista que as provas testemunhais foram preservadas sem qualquer notícia de coação ou ameaças para não revelarem a verdade”, argumentou a defesa.
Presos na operação
O sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos foram presos temporariamente pela morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital. Além dos policiais, o pré-candidato do PSDB, Douglas Figueiredo, foi preso em flagrante com armamento em casa.
Equipes do Gaeco cumpriram mandados na cidade na operação que investiga a morte de Dinho Vital. Na época, o advogado de defesa dos policiais, confirmou que os militares se apresentaram espontaneamente. Contra eles havia mandados de prisão temporária.
“Os Policiais Militares apresentaram-se espontaneamente para cumprimento dos mandados de prisões temporárias, pois acreditam e confiam fielmente no Poder Judiciário, e tão breve será elucidado o ocorrido, e assim confirmada as versões dos mesmos, que agiram no estrito cumprimento do dever legal e em clara legítima defesa”, explicou o advogado.
Assim, os militares teriam sido encaminhados para a Corregedoria.
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