Uma mulher de 38 anos afirma estar passado por momentos terríveis em Rio Negro, cidade distante 168 km de Campo Grande. Tudo começou há um ano, quando passou a perceber comportamentos estranhos da filha, atualmente com cinco anos, constatando que a menina estaria sendo agredida na escola e ainda teria um falso diagnóstico. Agora, após laudos negando a doença, a mãe relatou que ‘quer justiça’ e denunciou o caso ao Conselho Tutelar, Defensoria e o MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

“Na época em que acusavam a minha filha de não responder comandos, de comer só arroz, vi que era algo exagerado e aí Deus me deu forças. Vendi minha geladeira, batedeira e até botijão de gás para contratar outros profissionais e elas falaram totalmente o contrário. Fiquei desesperada, queria entender por que minha filha era uma em casa e na escola outra. Ela poderia estar agora tomando alguma medicação desnecessária e eu quero justiça sobre isso aí”, afirmou a cabeleireira.

Relatório de uma das psicopedagogas contratatadas para acompanhar criança (Arquivo Pessoal)
Relatório de uma das psicopedagogas sobre a criança (Arquivo Pessoal)

Segundo a denunciante, as professoras estavam moldando uma personalidade que não existe na criança. “A gente está com nossos filhos em casa, protegidos, e mandamos para uma segunda casa, que é a escola deles. E professoras assim não podem estar lá. A menina, ao invés de estudar, estava sendo diagnosticada como se fosse autista, algo que afirmaram simplesmente por não fazer o trabalho delas”, disse.

Quando tudo começou, a cabeleireira disse que chegou a ser chamada para uma reunião. “Ela chegava em casa reclamando de dores e eu achava que era porque estava brincando, mas, cheguei lá e as professoras falaram que ela só ficava embaixo da mesa, só queria comer arroz e sumia porque estava andando sozinha pela escola. Foi aí que eu contratei uma psicopedagoga para avaliá-la junto com a escola”, relembrou.

Passados alguns dias, a mãe relatou que as professoras continuaram dizendo que a criança tinha problemas, por não “conseguir erguer o braço”. “Mais uma vez, contratei outra psicopedagoga e levei o laudo em um neurologista, em Campo Grande. Ele viu todos os relatórios, fez o mapeamento do cérebro dela e disse que estava normal”, comentou.

Documento da Defensoria Pública em MS (Arquivo Pessoal)

Ao retornar para casa, em Rio Negro, a mãe disse que a criança continuou com as queixas. “É a única escola que tem na cidade. A menina precisa estudar e a gente meio que fica refém. E aí piorou: ela começou a falar que tinha jogado ela na parede, passado a mão nas partes íntimas e não estava tendo nenhuma evolução. Fiquei mais preocupada ainda com o desenvolvimento dela, com aquelas atitudes esquisitas em que ela contava e, no dia 12 de julho, contratei uma professora particular para ela”, contou.

No decorrer dos dias, a mãe disse que a menina passou a ter um bom desenvolvimento, mostrando conhecer as letras e números. “A professora particular disse que ela estava tendo um bom desenvolvimento e decidi registrar o caso no Conselho Tutelar e, através deste relato, levei na Defensoria Pública e agora o caso está no MP-MS. Isso não pode mais acontecer e o pior é que só tem uma escola na cidade, as pessoas ficam reféns”, finalizou.