Justiça decreta prisão preventiva de quadrilha que aplicou golpe de meio milhão em idosos 

Criminosos aproveitavam descuido das vítimas e decoravam senhas para realizar transferência de valores altos

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(Reprodução: Dracco)

A Justiça decretou a prisão preventiva dos quatro homens, com idades entre 24 e 27 anos, que deixaram um prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil às vítimas, em sua maioria idosos, ao aplicar um golpe com promessa de presentes de aniversário. 

A quadrilha foi presa pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) na quinta-feira (24), durante a Operação ‘Presente de Grego’. Na delegacia, dois não quiseram falar e outros dois confessaram o crime.  

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O grupo passou por audiência de custódia na manhã desta sexta (25) e a defesa alegou que teria ocorrido acesso indevido aos imóveis alugados pela quadrilha, porém, o Poder Judiciário ressaltou que o fato ocorreu em razão do flagrante e do contexto no qual as residências foram encontradas pela polícia. 

“Os locais assemelhavam-se mais a um escritório voltado à prática criminosa do que a um ambiente residencial que mereça a proteção constitucional garantida aos imóveis de habitação familiar. As provas que instruem o flagrante indicam a utilização desses imóveis como base de apoio para atividades ilícitas supostamente perpetradas, justificando a prisão de todos os envolvidos”, ressaltou o Juiz de Direito, F.V. de Andrade Neto. 

Com isso, os quatro suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada e serão encaminhados ao presídio.

Quadrilha aproveitava descuido das vítimas

Os criminosos aproveitavam o descuido das vítimas e memorizavam as senhas para então realizar transferências de alto valor. Duas pessoas perderam R$ 10 mil cada e outra cerca de R$ 35 mil.

Em um dos 41 casos registrados na polícia, um idoso, de 64 anos, perdeu cerca de R$ 30 mil no golpe. O caso aconteceu em setembro. Ele disse que era seu aniversário e recebeu uma ligação de um número com o DDD 11 afirmando que ele havia ganhado flores de presente e que para entregar seria cobrado um valor simbólico da taxa de entrega, que então confirmou o endereço e horário para a entrega.

No local, chegou um motociclista em uma moto preta para cobrar o valor na máquina de cartão. Em certo momento, o golpista alegou falta de comunicação na máquina e solicitou outros cartões. 

Segundo a vítima, esse processo durou cerca de 30 minutos. Só depois, ao analisar o extrato bancário percebeu que havia perdido um total de R$ 30 mil.

Prisão

Quatro homens com idades entre 24 e 27 anos foram presos. Eles vieram de São Paulo para cometer os crimes na Capital sul-mato-grossense. 

Na delegacia, os dois que confessaram o crime afirmaram que todas as ordens vieram dos integrantes que ficaram em SP. Normalmente, ficam uma semana, quando cometem vários estelionatos e vão embora. Um deles afirmou ser a 6ª vez que vem a Campo Grande, enquanto o outro veio pela terceira vez.

Todos têm passagens pela polícia pelo mesmo crime. Um dos autores contou que ficou sabendo que em São Paulo havia um grupo especializado em conseguir dados de pessoas para serem vítimas. Ele contou que começou atuando sozinho, mas quando passou a viajar começou a atuar em grupo. Seguiam em três ou quatro pessoas para cometer os crimes em outras cidades.

Pelo crime, disse que na última semana recebeu R$ 6 mil. Já sobre o modus operandi, afirmou que antes era piloto da motocicleta, mas agora atua na direção do carro de apoio e auxilia os motoqueiros nas entregas.

Já o comparsa que também confessou disse que foi convidado a participar de um esquema. Que ele aceitou, mas na posição de apoio, ou seja, é ele quem leva os integrantes para o estacionamento e para as casas, mercados, farmácias, fazer compras. É a 3ª vez que vem para Campo Grande e sempre costuma ficar uma semana, recebendo R$ 1,7 semanalmente.

Ele explicou que não sabe muito bem como funciona o esquema, mas que a máquina de cartão não fica com wifi ligado, por isso quando o cliente vai fazer pagamento da taxa de entrega, dá erro, até que o motociclista memorize a senha digitada pelo cliente e depois faz as transferências em valores saltos.

(Reprodução: Dracco)

Operação Presente de Grego

O nome da operação faz alusão à famosa expressão que remete ao “presente” que trouxe prejuízo ao destinatário, assim como os estelionatários fazem com as vítimas, oferecendo algo aparentemente positivo, mas que resulta em dano financeiro.

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