Paula Fernandes Soares, irmã de Carlos Fernandes Soares, principal suspeito de matar a tiros a amiga e confidente Márcia Lugo Ortiz no dia 7 de outubro de 2021, disse durante depoimento em julgamento nesta segunda-feira (18) que o irmão nunca foi agressivo, mas que pediu medida protetiva contra ele após o crime. 

Ela lembrou que nunca o visitou depois do assassinato e que apenas a mãe vai visitá-lo no presídio. “Ele jura por Deus que não foi ele e fala que foi o China”, disse.

Paula contou que o irmão ajudava a família financeiramente, mas que estava endividado e que Márcia teria dito: “Vou ajudar seu irmão. Vou tirar ele dessa”, lembrou. 

Paula e Márcia sabiam que Carlos devia para agiota. Ao juiz, a irmã contou que depois homens estranhos começaram a ir ao lava jato e Carlos sumia uns dias depois voltava, isso cerca de um mês antes do crime. 

A irmã ainda lembrou que China chegou a mostrar uma arma de fogo para ela e a questionou se ela não tinha medo de morrer. Disse ainda que Carlos devia a ele R$ 30 mil e que se ele não pagasse mataria o filho de Paula. 

Paula ainda lembrou que o irmão contou para ela que tinha alugado um carro para procurar supostas amantes do marido de Márcia, pois tinham ‘juntado provas’.

O delegado responsável pela investigação, João Reis Belo, também em depoimento, lembrou as diversas mentiras apresentadas por Carlos.

“Interroguei ele três vezes e tive o cuidado de fazer em vídeo para que ficasse registrado de maneira clara que em momento algum ele sofreu nenhuma pressão por parte da polícia a polícia trabalhou de forma limpa buscando apresentar os fatos nos demos corda para que ele se esforçasse e ele falou o que quis na hora que quis e teve três oportunidades para apresentar a versão dele e mentiu em todas”, falou Reis Belo sobre o interrogatório de Carlos.

Relembre o caso

A vítima foi encontrada morta, em um banco de areia, abaixo da ponte de um córrego, na BR-262, na tarde do dia 8 de outubro de 2021, horas após desaparecer. Ela estava com um tiro na testa.

Márcia era casada com um policial civil aposentado. As investigações revelaram que Carlos matou a amiga depois de atraí-la para um suposto flagrante de traição do marido dela.

No trajeto, o réu teria atirado na testa da vítima. Eles estavam em um carro SW4 alugado por ele. Depois de matar a vítima, Carlos levou o veículo para um lava jato, uma serralheria e a uma tapeçaria para consertar os danos causados pelo disparo.

A Polícia constatou que Carlos fez várias transferências bancárias, além de compras pagas com cartão de Márcia. Dias depois, ele foi preso em um Hotel em Dourados.