Magno Santana Soares, acusado de roubar um caminhão em Nova Olímpia, no Mato Grosso, e disparar contra a PRF (Polícia Rodoviária Federal) durante fuga na BR-163, em Campo Grande, vai a júri popular. 

Magno está encarcerado no Presídio de Segurança Máxima em Naviraí, a 359 quilômetros de Campo Grande, e chegou a solicitar a participação no julgamento de forma remota, mas teve o pedido negado pela Justiça Federal de Campo Grande. 

“Em princípio, não haveria óbice da parte deste Juízo quanto à participação remota, já que se o réu preso pode o mais, que é optar por não comparecer na sessão de julgamento (segunda parte do § 2º do art. 457 do CPP), o consectário lógico é que, obviamente, poderia escolher participar do ato por forma alternativa, desde que legítima (como é o caso). Entretanto, este tipo de participação não é factível em sessões do Júri, que geralmente duram um dia inteiro e não raro avançam pela noite, dada a limitação do tempo e dos horários de conexão pelas unidades prisionais”, determinou a 5ª Vara Federal da Capital.

Os fatos aconteceram por volta das 10h30 da manhã do dia 28 de dezembro de 2022, na BR-163, quando Magno desobedeceu à ordem da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e disparou contra os agentes, segundo denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Na ocasião, ele estava com o caminhão roubado na cidade mato-grossense. As investigações apontaram que Magno e um comparsa roubaram o veículo, tendo amarrado a vítima em uma árvore.

Enquanto o motorista era amarrado, o comparsa de Magno ficou cuidando para que ele levasse o caminhão até Dourados. Pelo serviço, Magno receberia R$ 3 mil. 

Já no início da manhã do dia 28, o motorista do caminhão conseguiu acionar a PM (Polícia Militar), que informou a PRF sobre os fatos. Os policiais passaram a monitorar a BR-163 e, por volta das 10h30, deram ordem de parada ao caminhão conduzido por Magno.

Ao receber ordem de parada, ele empreendeu fuga, realizando manobras para se desvencilhar dos policiais e iniciou-se uma perseguição. 

Após cerca de 14 quilômetros de perseguição, o criminoso conseguiu acessar uma estrada, onde ingressou com o caminhão e depois de 3 quilômetros abandonou o veículo, adentrando uma mata. Ao descer, ele efetuou ao menos quatro disparos de arma de fogo calibre 38 contra a equipe da PRF, atingindo os agentes, que revidaram. 

Logo, a PRF, em conjunto com outras forças policiais, realizaram um cerco, mas Magno foi localizado somente no dia seguinte no distrito de Anhanduí por guardas municipais, quando confessou ter dispensado a arma após a perseguição.

Quando ouvido em audiência, Magno negou os fatos e alegou ter dado sinal de que iria encostar o caminhão ao perceber a presença policial. Ele também negou o roubo do veículo e que estava armado.