Homem que matou empresário de MS em chacina no MT começa a ser julgado

Edgar foi preso dois dias depois em casa. O comparsa dele, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, morreu durante confronto com a PM

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Clarão é o momento em que espingarda é disparada contra clientes de bar. (Reprodução câmeras de segurança)

Edgar Ricardo de Oliveira, um dos autores da chacina que matou sete pessoas em um bar de Sinop, Mato Grosso, em fevereiro do ano passado, está sendo julgado nesta terça-feira (15).

Edgar foi preso dois dias depois em casa. O comparsa dele, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, morreu durante confronto com a PM.

Entre as vítimas estava Josué Ramos Tenório, de 48 anos. Ele era ex-morador de Fátima do Sul.

As demais vítimas são: Larissa Frasão de Almeida, de apenas 12 anos, Orisberto Pereira Sousa, de 38, Adriano Balbinote, de 46, Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36, Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35, e Elizeu Santos da Silva, de 47.

Júri popular de Edgar ocorre no Fórum de Sinop. A sessão é presidida pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Sinop.

Além dos sete homicídios qualificados, ele também é acusado de furto qualificado e roubo majorado, já que, após os assassinatos, levou dinheiro e uma bolsa com pertences de uma das vítimas.

Edgar pegou espingarda em caminhonete para matar vítimas (Foto: Redes Sociais)

Depoimento

Raquel Gomes de Almeida, que perdeu marido e filha na chacina, contou que sobreviveu porque a arma de um dos autores descarregou. Ela lembrou que eles obrigaram as vítimas a ficarem enfileiradas na parede e Edgar era quem dava as ordens.

“Eu disse: ‘Larissa não vai’. Ela disse: ‘Não mãe, não posso ficar aqui’ e saiu correndo”, lembrou contando os minutos antes da filha, de 12 anos, ser morta.

“Morreu todo mundo calado”, disse a mulher, afirmando que o marido não debochou dos suspeitos do crime após ganhar a aposta de R$ 4 mil, que seria o motivo do assassinato.

O marido de Raquel já havia perdido a aposta para a dupla dias antes e combinaram de jogar de novo.

Ezequias morreu em troca de tiros com a polícia (Foto: Redes Sociais)

Chacina

Conforme o relato de duas testemunhas, Getúlio foi com a família ao bar por volta das 10h. Segundo a esposa dele, ele jogava sinuca de forma ‘casada’ com apostas e já tinha jogado com Edgar, no dia anterior e apostaram.

“Na parte da manhã, eles apostaram e fizeram várias partidas de sinuca, onde o Getúlio ganhou praticamente todas e ganhou R$ 4 mil do Edgar. Até aí tudo tranquilo, não houve estresse, nem discussão. Edgar convidou o Getúlio para jogar em outro bar, mas ele não foi porque estava com a família e ali ficou”, detalhou o delegado na época.

Os autores foram embora, mas voltaram à tarde e desafiaram Getúlio. Assim, jogaram mais duas partidas e novamente a vítima ganhou. “Eu acredito que, de forma premeditada com segundas intenções, mas isso é na minha forma de pensar, jogaram duas, perderam, o autor, de 30 anos, se estressou, jogou o taco na mesa e, segundo a testemunha, deu um sinal para o comparsa”, explicou o delegado.

Ezequias sacou uma pistola e rendeu todo mundo colocando-os no canto, enquanto Edgar foi até uma caminhonete e pegou a espingarda, conforme as imagens. O primeiro a morrer foi o dono do bar, depois Getúlio foi atingido nas costas e após cair recebeu mais dois disparos na cabeça. A criança tentou fugir, mas também foi atingida.

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