Responsável pelo sustento de casa, Kauê Felipe Bezerra, de 28 anos, morreu há 8 meses, após se envolver em um acidente de trânsito em março deste ano, no bairro Bosque do Avilan, em Campo Grande.
Ele pilotava uma motocicleta e estava trabalhando quando houve a colisão com um carro Honda Fit no cruzamento da rua Antônio Maria Teixeira e a Avenida Monte Castelo. O socorro, segundo relatos, chegou em torno de uma hora após o acidente. Ele foi reanimado, mas morreu ainda no local.
A viúva de Kauê, Joyce Maíra Souza Santos, clama por Justiça. Ela teme que o caso seja arquivado na Justiça.
Segundo ela, são oito meses de sofrimento. “Uma vida que se foi, um pai, um esposo e nada está sendo feito. Deixou dois filhos pequenos que ainda sofrem com a morte do pai”, lamenta.
Joyce relembra que datas comemorativas não serão mais como antes. Ela lamenta que o motorista do carro envolvido não seja responsabilizado.
“Ele saiu para trabalhar, rindo, brincando, que era o que ele mais gostava. O serviço era a vida dele, de lá saia o sustento da casa, dos filhos, enfim da nossa família. O causador do acidente está vivendo a vida como se nada aconteceu, ele não matou somente o Kauê, ele tirou a vida de um pai de família, matou nossos sonhos e planos e nem se quer veio atrás, nem mostrou interesse de saber como está a saúde dos filhos, que era tudo pra ele”, contou.

Para deixar a família ainda mais aflita, Joyce recebeu uma notificação do Ministério Público afirmando que o caso será arquivado por falta de provas e que ela tem 30 dias para apresentar recurso.
“O MP quer arquivar o processo por falta de provas, porque o local não tinha iluminação. Eu acho isso injusto e a vida dele não serviu de nada”, questiona.
A reportagem entrou em contato com o Ministério Público para saber sobre o arquivamento do processo, mas até o momento não obteve respostas. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Acidente
O acidente aconteceu na noite do dia 8 de março. O motoentregador estava a serviço quando foi atingido pelo condutor de um veículo Honda Fit, que fazia uma conversão.
Kauê seguia pela Monte Castelo no sentido norte-sul e o condutor, de 38 anos, transitava em um Honda Fit pela mesma via, no sentido contrário. No cruzamento com a Rua Antônio Maria Teixeira Ale, o motorista de 38 anos fez uma conversão à esquerda para entrar na via citada, momento em que houve a batida da moto de Kauê contra a lateral direita do carro.
No dia do acidente, o motorista disse à reportagem do Jornal Midiamax que o motoentregador estava no ponto cego do carro. “Quando eu vi ele, ele estava no meio da quadra mais ou menos. Aí ele entrou no ponto cego da coluna e eu já tinha entrado. Na distância que ele estava, pra mim que ele não ia chegar. Só que quando eu virei e olhei para o lado, ele bateu na lateral do carro. Eu desci, liguei para o Samu”, relatou.
Vale lembrar também que o local onde o acidente aconteceu estava sem iluminação pública. A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) chegou a emitir nota na época: Sisep informou que na avenida onde ocorreu o acidente, está implantando a iluminação pública, tanto que vários postes já estão instalados. Estamos aguardando apenas a concessionária de energia elétrica instalar o transformador e fazer o cabeamento para começar a colocar as luminárias de Led, que garante maior luminosidade, economia e sustentabilidade.