Guerra de facções: Após morte de ‘Luquinha’, adolescente sofre atentado de membros do PCC

Foram feitos 11 disparos contra adolescente de 14 anos

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A guerra entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) continua pelo domínio do tráfico de drogas, em Sonora, a 361 quilômetros de Campo Grande. Um adolescente de 14 anos foi alvo de tiros. A ocorrência foi registrada na delegacia, neste domingo (24). 

O adolescente era enteado de Lucas, conhecido como ‘Luquinhas Cuequinha’, que foi morto em confronto com a PM, no dia 9 deste mês. Ele era membro do Comando Vermelho. Foram 11 tiros disparados por uma dupla contra o garoto que estava sentado na varanda de casa. 

Os tiros não acertaram o adolescente. Para os policiais, o garoto contou que estava sentado em um sofá na varanda da frente do imóvel, quando chegou uma pessoa no portão e efetuou vários disparos de pistola em direção a ele na intenção de matá-lo, e que provavelmente o fato ocorreu devido à “guerra de facção”.

Ele falou que o crime pode estar relacionado com a morte do padrasto. No dia do confronto com a PM, o adolescente estaria junto com seu padrasto Lucas. Assim, possivelmente o ataque sofrido neste domingo (24) seria uma espécie de retaliação da facção criminosa PCC, que disputa o controle do tráfico de drogas em Sonora. 

Imagens de câmeras de segurança próximas à residência foram apreendidas, e foi constatado que duas pessoas chegaram a pé em frente a residência, e efetuaram vários disparos, cerca de 11 tiros.

Logo após os disparos, a dupla fugiu do local em uma motocicleta de cor escura.

Controle do tráfico

Tanto o PCC (Primeiro Comando da Capital) quanto o CV (Comando Vermelho) estão de olho na ‘rota fácil’ para o narcotráfico que as rodovias de Mato Grosso do Sul representam.

Assim, fatores como a grande faixa de fronteira com o Paraguai e a Bolívia e a proximidade com rotas de escoamento para cocaína, maconha e drogas sintéticas fazem de MS área cobiçada por traficantes e contrabandistas.

Além disso, problemas estruturais no policiamento ostensivo, como corrupção de servidores da segurança pública e o baixo investimento em inteligência, aumentam o risco de MS virar palco de uma guerra que as duas facções nunca levaram até o fim em outros territórios disputados.

Com esta tática de ‘agressão contida’, o PCC, que surgiu em São Paulo, acabou dominando Mato Grosso do Sul. Já o CV, originário do Rio de Janeiro, manteve ‘pontos de interesse’ e dominou o Mato Grosso.

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