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Polícia

Fotógrafo fez vítima olhar fotos com ‘reações’ a abuso sexual em estúdio de Campo Grande

Vítima teve o vestido levantado pelo fotógrafo, que passou as mãos em suas partes íntimas
Thatiana Melo -
(Helder Carvalho, Midiamax)

O registro das reações de mulheres assediadas durante sessões de fotos eram guardadas pelo fotógrafo que foi denunciado por assédio sexual depois de vítimas procurarem a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). A primeira denúncia contra o fotógrafo foi registrada em outubro deste ano.

Uma das vítimas procurou a Deam no último dia 4 deste mês, onde registrou a ocorrência SEFEM (Setor Especializado em Feminicídio e Crimes Sexuais). Na delegacia, a mulher contou que procurou os serviços do fotógrafo em julho de 2022 para uma sessão profissional.

Antes do dia marcado, o fotógrafo pediu para que ela levasse uma loção hidratante e um body. A mulher disse que ficou sem entender o pedido que foi ignorado por ela. Como o profissional tinha uma boa reputação, não desconfiou de nada.

No dia marcado para as fotos, a mulher estava acompanhada de um amigo, o que não impediu o fotógrafo de assediar a vítima. Conforme a mulher, a sessão começou de forma normal, mas a vítima começou a ficar apreensiva quando notou que durante as trocas de roupas o fotógrafo ficava tentando circular a área que ela se trocava.

Após uma das trocas de roupas, o fotógrafo entrou no estúdio evidentemente excitado, com ereção. “Fiquei assustada”, disse a mulher. Ela disse que chegou a questionar com o amigo já que não estava acreditando no que tinha visto. Mas acabou preferindo pensar que eram ‘coisas’ da cabeça dela.

Ainda conforme o relato da mulher o fotógrafo, com a desculpa de que tinha uma sala com uma parede mais bonita aos fundos do estúdio, pediu para a vítima acompanhá-lo. Nisto, começou o terror da vítima. O fotógrafo pediu para que a mulher fizesse poses sensuais. ‘Poses vexatórias’, segundo seu relato.

Ela ainda contou que estava com um vestido e que o fotógrafo levantou a roupa e passou as mãos em suas partes íntimas. Ele ainda forçou a mulher a tocar-se para as fotos.

Como se não bastasse todo o horror que passou no estúdio, ao fim da sessão, o fotógrafo pediu para que ela escolhesse as fotos que mais tivessem gostado, deixando a vítima mais desconcertada ao ter que ver as suas reações do assédio registradas em foto.

A vítima foi até a delegacia para prestar depoimento junto de sua advogada Rafaella Amaral que atua junto do Mauro Macedo.

TJ derrubou liminar que tirou matéria do ar

Na última quinta-feira (5), uma semana após ordem para remoção de reportagem do Jornal Midiamax que relatava denúncia contra um fotógrafo de , acusado por uma estudante de assédio sexual, desembargador do (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) derrubou a decisão liminar.

A decisão chegou a impor multa diária de R$ 1 mil, caso a matéria não fosse retirada do ar. A alegação da defesa do fotógrafo, feita pelo advogado Gustavo Passarelli, era de que os leitores poderiam identificar o empresário suspeito de assédio.

Isso, embora a reportagem não tenha exposto nome ou mesmo endereço do estúdio fotográfico, apenas os fatos relatados pela mulher que é considerada vítima no caso de assédio. A denúncia também foi feita à polícia, que já ouviu três vítimas.

Três vítimas ouvidas na Deam

Três mulheres já foram ouvidas na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) no caso do assédio sexual de um fotógrafo durante sessões em seu estúdio, em Campo Grande. O fotógrafo já foi indiciado pelos crimes. 

Uma quarta vítima foi até a delegacia, mas de acordo com a delegada Analu Lacerda, que está a frente do caso, o crime já estava prescrito. Ainda de acordo com a delegada nenhum dos casos configurou . A terceira mulher que procurou a delegacia foi ouvida entre terça-feira (3) e quarta-feira (4).

Vítimas denunciam casos de assédio

“Eu fiquei paralisada”, disse uma empresária de 33 anos que também foi vítima de um famoso fotógrafo de Campo Grande, acusado de assédio sexual. O ano era 2011 quando a empresária e um grupo de amigas que se formavam compraram um pacote de fotos profissionais para usarem após a formatura. Na época, as jovens tinham 20 anos.

A empresária disse ao Midiamax que, quando chegou a vez dela fazer as fotos no estúdio, o fotógrafo pediu para que tirasse a blusa para um ensaio mais sensual, o que ela achou estranho, já que as fotos eram profissionais. Então, ela não tirou a blusa.

Ainda assim o fotógrafo insistiu e falou para a empresária levantar um pouco a saia para “ficar mais sexy”, nisto ele foi até ela e levantou a saia passando as mãos em suas partes íntimas. “Neste momento fiquei paralisada, perplexa, sem saber o que fazer”, disse.

“Criei muitas coisas na minha cabeça. Cheguei a achar que estava imaginando coisas”, disse a empresária que já soube por amigas que outras mulheres passaram pelo mesmo que ela.

Na época, a empresária disse que não registrou boletim de ocorrência, mas sabe que é necessário denunciar. “Não podemos nos calar”, disse a empresária que afirmou que o fotógrafo é influente e faz ensaios e fotos de famílias da alta sociedade de Campo Grande.

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