Ex que matou Joelma com faca cravada no peito é condenado a 30 anos de prisão

Joelma foi morta em fevereiro deste ano pelo ex-companheiro, Leonardo da Silva Lima, que disse aos jurados não se lembrar do crime

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Leonardo da Silva Lima durante o julgamento. (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Leonardo da Silva Lima foi condenado a 30 anos de prisão pela morte de Joelma da Silva André na tarde desta terça-feira (15) no Tribunal do Júri, em Campo Grande. O crime aconteceu em fevereiro deste ano na casa da vítima localizada no distrito de Indubrasil. 

Durante o julgamento pela manhã, o réu falou aos jurados que não se lembrava do que havia ocorrido no dia do crime. “Não me lembro muita coisa, a gente bebeu muito. Não me lembro não”, disse em plenário.

A filha do casal, de 17 anos, declarou ao plenário que o pai agredia a mãe fisicamente, além de verbalmente. Ainda, teria a ameaçado de retirar uma medida protetiva.

Apesar de dizer que não se lembra do que aconteceu, Leonardo foi condenado pelo Conselho de Sentença. O júri popular encerrou por volta das 14 horas da tarde com a condenação pelo crime de homicídio doloso e as qualificadoras do motivo torpe e feminicídio, além da causa de aumento (crime cometido na presença física de ascendente da vítima). 

Portanto, Leonardo foi condenado a 30 anos de reclusão e também ao pagamento de dez salários mínimos para os filhos. O réu também teve a perda do poder familiar do pai.

‘Estava bebendo’, disse o réu durante julgamento

Para os jurados, Leonardo falou que, ele e Joelma, passaram bebendo. “Não me lembro muita coisa, a gente bebeu muito. Não me lembro não”, disse. O réu ainda contou que morava no Indubrasil e depois foi morar no Jardim Noroeste para ficar afastado pela medida protetiva, que Joelma havia pedido.

“Não lembro de muita coisa, a gente estava bebendo desde cedo. Eu peço perdão à minha filha, que o que eu fiz não foi certo. Peço perdão a todos que eu conheço. Eu errei e vou pagar na Justiça o que fiz”, declarou Leonardo, falando o que havia acontecido um dia antes do crime.

Sobre o pedido de medidas protetivas de Joelma, Leonardo disse que ela foi ao trabalho dele e tentou agredi-lo porque pegou mensagens com outra mulher. “Eu registrei um boletim de ocorrência contra ela porque quase me matou no meu serviço. Eu registrei um BO e ela uma medida”, contou.

‘Muitas outras mulheres depois dela’

A mãe de Joelma acompanhou o júri popular e disse para o Jornal Midiamax que espera que a Justiça seja feita. Sueli Rosa da Silva André, de 45 anos, contou que está com quatro dos cinco filhos de Joelma. O outro neto está com o pai. 

“Muito difícil, muita dor. E saber que depois dela outras mulheres foram mortas”, disse Sueli. A neta de 17 anos é uma das testemunhas no júri. No dia do crime quem avisou Sueli foi a sobrinha, já que desde cedo estavam conversando com Joelma por que o casal estava brigando.

Sueli ainda falou que não esperava que Leonardo cometesse este crime. “A gente gostava muito dele”, disse ao Midiamax. Ela ainda falou que deve estar sendo difícil para a mãe de Leonardo, já que ninguém cria um filho para matar outra pessoa. 

O feminicídio

A polícia foi acionada depois das 6h30 da manhã, do dia 21 de fevereiro deste ano, para a Rua da Roda Velha, onde a vítima foi esfaqueada e teve a faca cravada no peito pelo ex-marido de 45 anos, que fugiu logo após o crime de bicicleta. Uma discussão entre os dois antecedeu o crime, depois do homem ir até a casa da vítima e vê-la entrando em um carro.

Os filhos de Joelma, total de 5, estavam na casa no momento do crime. Segundo a polícia, o homem já tem passagens por violência doméstica e fugiu no sentido Avenida Duque de Caxias. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas Joelma já estava sem vida.

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