O barbeiro agredido por um policial militar diz que por medo está sem trabalhar desde sexta-feira (17), quando teve o salão onde trabalha invadido por um policial militar de folga e agredido, assim como seu cliente, na Vila Marli, em Campo Grande.

Ao Jornal Midiamax, o homem, de 31 anos, contou que é barbeiro há 8 anos, é dono do próprio negócio há 4, e tem um salão no local onde aconteceu os fatos há 1 ano e 5 meses. 

O policial, segundo a vítima, mora em frente ao salão, porém em todo esse tempo nunca tiveram problemas, nenhuma discussão. 

Com medo, o barbeiro está sem trabalhar. Ele afirma que tem esposa e filhos e lamenta que eles também tenham que passar por isso. “Não sei o que pode acontecer. Estou ficando dentro de casa por medo, não estou conseguindo dormir. Minha esposa e minha filha tendo que passar por essa situação é complicado”, afirma.

Ele contou que o policial estava bebendo em uma conveniência ao lado e do nada invadiu a barbearia e o agrediu junto do cliente com socos, chutes e coronhadas. “Ele tá falando que eu ofereci drogas para o filho dele. Disse que me bateu porque eu fiquei falando que eu era do crime e que isso não ia ficar assim”, lembrou.

Ainda segundo o barbeiro, uma foto dele já foi publicada em uma página no facebook o expondo. Na publicação diz que o homem tem passagens por tráfico, receptação, resistência e outras por portar drogas. “Passado todo mundo tem. Sou barbeiro há 8 anos, tenho testemunhas. Aí pra justificar o que ele fez, ele tá jogando uma narrativa de que sou traficante”, disse.

Sem trabalhar, o barbeiro lamenta o ocorrido e diz que não sabe o que fazer. “O mais complicado é que tenho que pagar pensão do meu filho, moto para pagar, aluguel da casa, comida, entre outras coisas que já começaram a faltar por eu não estar trabalhando”, conta afirmando ainda que ficou sabendo de outros casos envolvendo o mesmo policial, também por agressão a outras pessoas. 

A Corregedoria da Polícia Militar, onde foi feita a denúncia, se limitou a dizer que o caso já está sendo investigado e que a corporação não compatibiliza com desvio de conduta dos militares.

“O caso já está sendo apurado pela Corregedoria da PMMS. Esclarecemos que o comando da instituição não coaduna com qualquer desvio de conduta de seus integrantes”, informou em nota.

A reportagem tentou contato com o policial para ouvir a versão dele sobre os fatos. O espaço segue aberto para manifestações.