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Polícia

“Era o brabão do bairro”, disse réu sobre vítima durante julgamento por assassinato nas Moreninhas

Crime teria sido motivado após agressões e discussões entre as irmãs do réu e da vítima
Mirian Machado -
(Mirian Machado/ Arquivo, Midiamax)

Lailson Henrique dos Santos Alves e Elysson dos Santos Cristaldo são julgados nesta quinta-feira (4), acusados de participar do assassinato de Diego da Silva Magalhães no dia 25 de março de 2021 em um terreno baldio no bairro Moreninhas, em . Lailson é quem atirou contra Diego e Elysson foi quem pilotou a motocicleta usada no dia do crime.

Testemunhas e o réu afirmaram que a vítima ameaça e intimidava moradores da região. “Era o brabão do bairro”.

Lailson, durante interrogatório ao juiz e ao Conselho de Sentença, contou que a irmã de Diego bateu em sua irmã em datas anteriores ao crime. A partir de então, Diego passou a ameaçar a família de Lailson, como, por exemplo, irmã e mãe. 

Ele contou que a ‘guerra’ entre eles teria perdurado por um ano até o dia do crime e que nunca registrou ocorrência pelas ameaças por medo de piorar a situação. 

Entre as ameaças sofridas por parte de Diego, disse que ele já tentou lhe matar outras cinco vezes a tiros, mas que nunca acertou, inclusive já atirou no portão de sua casa e ficava rondando a rua onde morava. 

“Ele era o brabão. Intimidava as pessoas do bairro, ameaçava a gente”, disse.

Explicou que estava cansado de ter que ficar correndo e se escondendo de Diego, além da irmã ficar apanhando da irmã de Diego e, por isso, trocou a motocicleta, que era seu meio de trabalho, por uma arma de fogo.

No dia do crime, a irmã de Lailson ligou dizendo que Diego havia subido no muro da casa, mostrado uma arma de fogo dizendo: “De hoje seu irmão não passa”. 

Por isso, pediu ajuda de Erysson para procurar Diego e assim em uma conversa tentar apaziguar a situação. 

No local, assim que encontrou Diego, a vítima teria colocado a mão na cintura. “Ele fez menção e eu atirei três vezes. Depois fomos para minha casa”. 

O juiz chegou a questionar sobre os disparos, já que ele alega ter atirado na vítima de frente, e ter sido encontrado um tiro nas costas, mas ele contou que nem sabia que tinha matado e que não era essa a intenção.

Segundo a denúncia, a vítima não estava armada. Ao lado do corpo, foi encontrada uma faca com a ponta quebrada.

Testemunhas

Foram arroladas seis testemunhas para o julgamento, porém apenas quatro delas foram interrogadas, entre elas, o colega de Diego que estava ao lado dele no dia dos fatos. 

Apesar de apresentar uma versão na delegacia e em juízo, no julgamento, ele contradisse dizendo que não viu quem eram os autores, mas detalhou que o autor deu tiro de ‘confere’ na vítima, já caída.

A irmã de Lailson, que teria sido agredida pela irmã de Diego, também prestou depoimento. Ela contou que foi agredida quando estava grávida após a autora invadir sua casa para bater em outra menina. 

As agressões se estenderam e, após o nascimento da filha, já com quatro meses, foi novamente agredida na rua pela irmã de Diego. 

“Quando eu achei que tinha acabado a briga, o Diego subiu no muro e perguntou do meu irmão, como disse que ele não estava, ele me mostrou a arma. Eu fiquei em choque. Ele disse que meu irmão não passava de hoje. Aí eu liguei pro meu irmão”, depôs aos prantos.

“Meu irmão chegou em casa e disse: Maninha, será que eu faço isso? É nossa família. Eu falei pra gente ir embora, mas ele falou: Ele veio com arma, ele vai matar você, vai matar a gente”, lembrou.

Ela destacou características do irmão e disse ainda que a moto que ele trocou na arma era relíquia dele. “Ele via a situação, me via apanhando, via meu desespero. Foi pela família”, afirmou.

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