O enfermeiro acusado de estuprar uma paciente internada no Hospital Regional em 2021 foi condenado pela Justiça a 8 anos de prisão. No ano passado, o profissional foi absolvido pelo Coren (Conselho Regional de Enfermagem).

A condenação foi estipulada pela 4ª Vara Criminal de Justiça, mas mesmo assim, o enfermeiro ainda poderá recorrer em liberdade. A pena aplicada foi de 8 anos e 6 meses por estupro de vulnerável. A sentença foi publicada no dia 1º de março deste ano.

A vítima foi internada no HRMS em 2 de fevereiro de 2021 com sintomas de Covid-19. Dois dias depois, na madrugada do dia 4, às 3 horas, ela foi estuprada pelo enfermeiro após reclamar de problemas para respirar. 

O crime

Consta nos autos do processo que a vítima estava com dores e o enfermeiro teria arrumado o oxigênio. Depois, com um óleo, passou a massagear a mulher e a estuprou. Às 5h30 do dia do crime, a vítima relatou o ocorrido para a mãe.

Pouco tempo depois, a mulher foi até a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e registrou boletim de ocorrência por estupro. O hospital também foi acionado sobre o ocorrido.

Assim, no dia 6 de fevereiro de 2021, a vítima começou o tratamento psicológico, ainda no hospital. Já no dia 9 foi encaminhada ao Centro de Atendimento à Mulher e também recebeu alta hospitalar.

No dia seguinte, dia 10 de fevereiro de 2021, a vítima foi ouvida na Deam. Lá, confirmou os fatos denunciados e o caso chegou até a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Seccional de Mato Grosso do Sul

Absolvido pelo Coren

O julgamento ocorreu pela Comissão de Ética do Coren, em maio de 2023, e durante todas as audiências a família da vítima pedia pelo fim do registro do agressor. “Eles alegam que não têm provas suficientes, mas eles sabem o que aconteceu, porém, desde a denúncia houve uma série de erros, como, por exemplo, o hospital trocou ela de quarto e lavou o lençol, tudo isso enquanto eu estava na delegacia fazendo o registro da ocorrência. Eu tenho mensagem e prints disso tudo, mas acontece que minha filha é anônima, não é artista que iria dar ibope pra ele. Uma pessoa é presa, algemada por roubar um pacote de bolacha, que é errado também, mas por estupro não acontece nada”, reclamou revoltada a estudante de Direito Miria Motta, mãe da vítima. “Não tem câmera nem particular, quem dirá no HR que mal tem medicação”.