Em Mato Grosso do Sul, 1.882 mulheres foram vítimas de violência doméstica por mês no ano de 2023. Isso significa que, a cada hora, duas mulheres são vítimas desse tipo de crime. O número ‘baixo’, se comparado com outros Estados do Brasil, ainda segue preocupante. São duas mulheres agredidas a cada hora.

Em 2024, já são mais de 4 mil vítimas e 7 mulheres assassinadas no Estado.

Vítimas de violência doméstica registradas na delegacia. (Fonte: Sejusp)

Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), só em 2023, em MS, 22.584 mulheres foram vítimas. Isso, além dos casos ainda mais graves que se tornaram feminicídios, sendo 30 vidas perdidas para o crime hediondo, ou seja, mais grave pela própria natureza ou pela forma como é cometido.

Ainda segundo os dados, apesar do número de feminicídios ter reduzido em relação ao ano anterior, o número de mulheres agredidas aumentou, sendo quase 700 mulheres a mais do que em 2022.

No fim do ano passado, o Jornal Midiamax noticiou também que uma mulher pede medida de urgência a cada 2 horas em Campo Grande.

Dados de vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul. (Fonte Sejusp)

Observatório da Segurança 

O Observatório da Segurança divulgou nesta quinta-feira (7) dados de oito dos nove estados monitorados pela rede (BA, CE, MA, PA, PE, PI, RJ e SP), que mostram que oito mulheres foram vítimas de violência a cada 24 horas. Os números foram revelados no novo boletim ‘Elas Vivem: liberdade de ser e viver’.

Nesses estados, houve um aumento de 22,04% em relação a 2022, porém Pará e Amazonas ainda não faziam parte do monitoramento. 

Vale lembrar que são vários os tipos de violência contra a mulher – física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

  • Violência física: entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal.
  • Violência psicológica: entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
  • Violência sexual: entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.
  • Violência patrimonial: entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.
  • Violência moral: entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Vítimas de qualquer tipo de violência podem solicitar Medida Protetiva pelo site do Tribunal de Justiça, neste link: https://sistemas.tjms.jus.br/medidaProtetiva/.

Casa da Mulher Brasileira

A Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande foi a primeira do Brasil e oferece atendimento integral às vítimas, com serviços diversos, entre eles: atendimento psicossocial, alojamento de passagem, encaminhamento a vagas de emprego, serviços de assistência social e brinquedoteca para crianças.

Além da Deam, a Casa da Mulher Brasileira conta com a 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Ministério Público e Defensoria Pública. As denúncias podem ser feitas a qualquer hora do dia e em todos os dias da semana.

Em Campo Grande, o complexo da Casa da Mulher Brasileira está localizado na Rua Brasília, 85, Jardim Imá. No interior do Estado, as vítimas devem procurar a delegacia mais próxima. Em casos de urgência, as vítimas podem acionar a Polícia Militar pelo 190. Já as denúncias anônimas devem ser registradas pelo 180.