A defesa de Bruna Nathalia de Paiva, acusada de mandar executar o médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, no fim de julho do ano passado, pediu a revogação da prisão preventiva. Foram presos Bruna Nathalia de Paiva, Gustavo Kenedi Teixeira, Keven Rangel Barbosa e Guilherme Augusto Santana no dia 7 de agosto de 2023.

Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, o pedido foi encaminhado ao Tribunal do Júri nessa quinta-feira (7). “Seja revogada a prisão preventiva de Bruna Nathalia de Paiva, com fundamento essencialmente na ausência do periculum in libertatis, dado o não preenchimento das hipóteses de decretação/manutenção previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal, em sintonia com os princípios da razoabilidade, proporcionalidade, excepcionalidade da prisão cautelar, presunção de inocência e demais primados de nosso ordenamento, nos moldes do artigo 316 do Código de Processo Penal”, consta o pedido.

A defesa ainda pede que, caso o juiz de direito entenda necessário, sejam fixadas medidas cautelares diversas da prisão. “Seja a decisão proferida inaudita altera pars, nos termos do art. 282, § 3º, do CPP e que seja expedido o pertinente alvará de soltura com salvo conduto em favor da requerente Bruna Nathalia de Paiva, para que seja colocada imediatamente em liberdade, e, sendo o caso, passe a cumprir as medidas cautelares diversas da prisão que lhe forem impostas”, conclui o pedido.

Médico morto teria ameaçado entregar esquema de estelionato por dívida de R$ 500 mil

O médico Gabriel Paschoal Rossi teria ameaçado entregar a quadrilha após dívida de R$ 500 mil não ser paga. De acordo com o delegado Erasmo Cubas, Gabriel teria feito favores para Bruna, que havia prometido R$ 500 mil para o médico, mas como o dinheiro não foi pago, o médico passou a fazer ameaças a Bruna, dizendo que iria entregar todo o esquema à polícia. Por isso, ela teria resolvido matar Gabriel.

Desaparecimento

No dia 29 de julho era para o médico ter cumprido plantão na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mas não apareceu, bem como no sábado (30), no Hospital da Vida. Amigos e familiares mantiveram contato pelo WhatsApp dele, mas desconfiaram que outra pessoa poderia estar respondendo.

Os policiais foram até o apartamento dele, mas encontraram o local intacto. O carro dele foi rastreado em Guarulhos, São Paulo, e as redes sociais foram deletadas.

Natural do Rio Grande do Sul, Gabriel se formou em março de 2023 pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e trabalhava na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e no Hospital da Vida.