A defesa de Sérgio Guenka, acusado de matar a depiladora Cristiane Eufrásio Millan, de 42 anos, com mais de 30 facadas, alegou que o homem tem insanidade e o Poder Judiciário suspendeu o processo. O crime aconteceu em abril deste ano e Cristiane foi encontrada três dias após a morte em uma casa na Avenida Presidente Vargas.

No último dia 18, a defesa de Sérgio, representada pelo advogado Wagner Higa de Freitas, alegou insanidade mental dizendo que o homem é portador de esquizofrenia paranoide e por isso, faz uso de diversos remédios controlados, estando sob supervisão e atendimento médico há mais de 20 anos.

O advogado ainda relatou que o cliente recebe benefício assistencial há mais de 20 anos devido a insanidade e acrescentou um atestado médico nos autos do processo do dia 22 de abril deste ano, onde uma médica psiquiatra afirma que Sérgio está em acompanhamento para tratamento da doença desde outubro de 2023.

Além disso, o advogado alega que pelos depoimentos prestados por Sérgio e na audiência de custódia, nota-se que o homem estava ‘totalmente incapaz’. “Pelos depoimentos prestados à autoridade policial e durante a audiência de custódia se nota que, ao tempo do crime, o acusado não estava bem, e sim totalmente incapaz, não podendo responder à demanda como uma pessoa normal”, diz trecho do processo. 

O MPMS não se opôs ao pedido e na última quarta-feira (19), a Justiça determinou a instauração do incidente de insanidade mental e a suspensão do processo até que seja realizada a juntada do laudo, devendo ser entregue em até 45 dias. Sérgio também deverá realizar o exame em até cinco dias.

Assim como ‘Maníaco da Cruz’, Sérgio alegou ‘impureza’ da vítima para matá-la a facadas

Alegando ‘impureza’ da vítima, é essa a tentativa do assassino de justificar a motivação para o homicídio da depiladora Cristiane Eufrásio Millan, de 42 anos. Frio, Sérgio Guenka, autor das 36 facadas contra a mulher, ria durante depoimento quando contava como tudo aconteceu à polícia.

O corpo da mulher estava no chão, com os braços abertos e pés cruzados, em formato de cruz, e segundo ele, a posição foi proposital. “Ele queria chamar atenção e ficar famoso pelo crime. Embora pareça, ele não queria imitar o Maníaco da Cruz”, disse a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), Elaine Benicasa. O autor não tem nenhuma outra passagem pela polícia.

Mesmo que não quisesse imitar os crimes de Dyonathan Celestrino, o caso chamou atenção pela similaridade, tanto na forma e motivação que o crime foi cometido.

O assassino confessou que premeditou o crime e que atraiu Cristiane para manter relações sexuais. À polícia, o homem disse que no dia do crime contratou programa de Cris já com o intuito de matá-la, porque a profissão dela a tornava ‘impura’ e ‘indigna de viver’. 

A afirmação anterior de que ela teria o chamado de feio não é verdade. Embora não tenha mencionado religião, o crime teria sido cometido diante de questão religiosa, visto que na casa, foram encontradas várias bíblias e crucifixos, além do fato de ele alegar que ela era ‘impura’.

No dia do crime, segundo ele, os dois tiveram relação e logo após ele pegou uma faca e a golpeou, 36 vezes, sendo no pescoço e a maioria no abdome.

Vizinhos afirmam comportamento estranho do acusado

Ninguém na região ouviu gritos de socorro. Um vizinho chegou a falar que viu quando Cristiane chegou na casa e após ela entrar ouviu barulho de música alta e por conta disso não conseguia ouvir o que acontecia lá dentro.

Ainda, disse que o homem apresentava comportamentos estranhos, horas de lucidez e horas de surto, porém, segundo a delegada, apesar do relato de surtos e tratamentos psicológicos, até o momento nenhum laudo foi apresentado na delegacia, nem medicamento na casa foi encontrado.

Cristiane tem três filhos maiores de idade e um de 7 anos. O menor e um dos três morava com ela e a irmã, os outros dois moram fora do Estado.