Leonardo da Silva Lima, de 38 anos, preso nesta quarta-feira (21), após matar a mulher, Joelma da Silva André, de 33 anos, manteve-se calmo durante depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). À polícia, ele admitiu ter desferido nove facadas na vítima durante uma discussão. O crime aconteceu na casa dela, no Indubrasil, em Campo Grande. Os cinco filhos estavam no local e viram o momento em que a mãe foi assassinada. Este foi o primeiro caso de feminicídio registrado na Capital em 2024.
Conforme a delegada titular da Deam, Elaine Cristina Ishiki Benicasa, Leonardo disse que, durante a discussão, avisou a vítima que iria matá-la. “Ele falou para ela, depois foi à cozinha, pegou uma faca, voltou para sala e desferiu as facadas”, relata.

Leonardo deixou uma faca cravada no peito da vítima. Para a delegada adjunta, Analu Ferraz, a atitude demonstra crueldade e raiva. “Deixar a faca crava no peito é indício de crime de ódio”, destaca.
O crime aconteceu durante uma discussão por ciúmes. Na casa estavam os cinco filhos de Joelma, três meninas – de 2, 13 e 16 anos – e dois meninos – de 8 e 1 ano.
Leonardo já tinha passagem por violência doméstica. Em março de 2023, a vítima registrou um boletim de ocorrência contra o parceiro por lesão corporal recíproca. Na ocasião, ela fez o pedido de medida protetiva, no entanto, a queixa foi retirada dois meses depois.
“Ela registrou o boletim de ocorrência em março do ano passado, mas em maio ela retirou para que pudesse reatar o relacionamento. Ela queria voltar e ele disse que voltaria apenas se ela retirasse a queixa. Atualmente não tinha nenhum medida protetiva ativa”, explica a delegada.
Leonardo foi preso ainda na manhã de hoje, poucas horas após cometer o crime. Ele foi encontrado por uma equipe da Deam, na região do Caiobá. No momento em que foi preso, o suspeito estava em uma bicicleta e já não usava as mesmas roupas de quando cometeu o crime.
Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a Deam, onde prestou depoimento. Leonardo permanece detido e deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira.
Os filhos da vítima foram entregues a avó materna e serão atendidos pelo projeto Acolhida, que presta apoio aos familiares de vítimas de crimes violentos. As crianças também devem prestar depoimento especial, assim que possível, e receberão atendimento por meio do projeto Órfãos do Feminicídio, que oferece atendimento psicológico.
Discussão e feminicídio
Vizinhos contaram ao Jornal Midiamax que Joelma havia saído por volta das 4 horas da madrugada entrando em um carro, e foi vista pelo homem, que foi até a casa questionar os filhos da vítima sobre onde ela estava, sendo que foi respondido que não sabiam.

Ele foi embora, mas voltou quando percebeu que Joelma havia retornado para casa. Nesse momento, começaram uma discussão e ela falou para ele respeitá-la.
Uma das filhas de Joelma chegou a chamar a polícia, que foi até a casa mandando o homem ir embora. O autor foi, mas voltou novamente.
Quando voltou para o local, ele esfaqueou a vítima na sala da casa. Joelma morreu sentada no sofá com uma faca cravada no peito.
Os cinco filhos estavam na residência quando o crime aconteceu. O menino de 8 anos gritou por socorro e foi até a casa da vizinha pedir ajuda, no entanto, a mãe morreu no local.