Com a fuga de dois detentos do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, conhecido como Máxima, em Campo Grande, outras fugas não estão descartadas pelo sindicato dos policiais penais do Estado. Douglas Luan Souza Anastacio, conhecido como ‘Dodo’, e Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’, fugiram no dia 4 deste mês.

Segundo o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), André Santiago, o índice de fugas já era para ser maior, com a crise que está instalada no sistema penitenciário do Estado, que tem 1.900 agentes para 22 mil presos em Mato Grosso do Sul.

Ainda segundo Santiago, em apenas um pavilhão da Máxima estão encarcerados 900 presos e só um policial penal cuida de todos estes presos, sendo que o correto seria 1 agente para cinco detentos. Todo o Complexo penitenciário que inclui Máxima, Presídio de Trânsito, Instituto Penal e Centro de Triagem tem mais de 6 mil presos.

E para estes 6 mil presos apenas 10 plantonistas. Apenas uma torre da Máxima estava em funcionamento e só nesta terça-feira (5) outra torre foi reativada na penitenciária.

Santiago ainda falou que seria necessário mais 5 mil agentes para o Estado todo, já que os policiais penais assumiram todas as funções da Polícia Militar dentro dos presídios, como escolta de detentos em unidades hospitalares. 

Ainda segundo Santiago, há um índice muito alto de servidores com atestados devido à sobrecarga de trabalho. Agora, o sindicato tenta uma reunião com a secretaria de segurança para discutir a regularização da lei da polícia penal e concurso público. 

A fuga

Douglas Luan Souza Anastacio e Naudiney de Arruda Martins, que estavam encarcerados no Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, fugiram da penitenciária na madrugada desta segunda-feira (4). Os dois usaram uma corda, chamada ‘tereza’, que foi jogada de fora para dentro do presídio para a fuga. 

Naudiney, que tem passagens por roubo majorado, havia sido transferido em maio de 2023 da Gameleira I, enquanto Douglas, com passagens por tráfico de drogas, estava encarcerado na Máxima desde 2021.

Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) afirma que os outros dois presos que tentaram fugir junto de Douglas e Naudiney foram recapturados.