Acusados de matar pai e filho no Santo Eugênio seguem em liberdade e processo é arquivado
Aparecido Donizete Martins e seu filho Naique Matheus Sotareli Martins foram executados no dia 25 de outubro de 2023
Lívia Bezerra –
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No dia 25 deste mês, completaram-se 12 meses da execução de Aparecido Donizete Martins, conhecido como ‘Branco’, e Naique Matheus Sotareli Martins, ocorrida na vila Santo Eugênio, em Campo Grande. Pai e filho, de 63 e 28 anos, foram executados por volta das 18 horas de uma quarta-feira em uma conveniência por uma dupla de atiradores que chegou de ‘surpresa’ em uma motocicleta.
Os acusados do duplo homicídio são três mulheres e um detento que seria integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital). As mulheres são Juliene Carneiro Cunha, de 46 anos, e suas duas filhas, Carla Vitória Carneiro Cunha Delgadilho e Olga Juliza Carneiro Cunha Delgadilho, de 20 e 22 anos, presas temporariamente no dia 14 de dezembro por suspeita de terem planejado as execuções após uma denúncia.
No entanto, no dia 25, quando completou 1 ano do assassinato de Aparecido e Naique, a reportagem do Jornal Midiamax apurou que os quatro acusados estão em liberdade e que o processo do caso foi arquivado.
Em janeiro deste ano, as mulheres tiveram o pedido de liberdade negado pela Justiça pela segunda vez. Na época, a defesa das familiares alegou que mãe e filhas confirmam a maioria dos fatos relatados na investigação policial, mas negam qualquer participação no duplo homicídio.
Porém, no dia 12 daquele mês, as acusadas e o detento foram colocados em liberdade pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa). Dias depois, o Juiz de Direito, Aluizio Pereira dos Santos, se manifestou ciente sobre os documentos e afirmou que estava no aguardo da conclusão das investigações.
Posteriormente, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) também se manifestou ciente do despacho do magistrado.
Processo arquivado
Após a manifestação do Judiciário e do MPMS, não houve outras movimentações nos autos processuais, apenas o arquivamento e desarquivamento. Em fevereiro deste ano, o processo foi arquivado provisoriamente, sendo desarquivado somente em maio.
Já em junho, o caso foi arquivado novamente, mas desarquivado em 3 de setembro. Contudo, no último dia 8 deste mês, o processo foi arquivado provisoriamente mais uma vez, mas não há informações sobre o motivo do arquivamento.
Mãe e filhas teriam planejado mortes com ajuda do PCC
As investigações conduzidas pela DHPP apontam que uma conveniência de fachada, destinada ao tráfico de drogas, teria sido aberta na mesma rua do estabelecimento de Aparecido e Naique. As proprietárias dessa conveniência seriam Juliene e suas filhas, Carla e Olga.
Dias antes do crime, Aparecido e Naique teriam passado a ter problemas com as donas da conveniência, que resultaram em uma série de discussões. O desentendimento teria começado por uma suposta denúncia – de que o estabelecimento das mulheres seria fachada para disfarçar o comércio de drogas –, que acabou em discussão entre eles.
Posteriormente, teria ocorrido um segundo desentendimento entre eles, que terminou com uma pessoa que estaria no local efetuando um disparo de arma de fogo. Na ocasião, ninguém foi atingido.
Uma semana antes dos fatos, teria ocorrido uma terceira briga, na qual Aparecido, com uma barra de ferro, teria expulsado um rapaz de sua conveniência. Ele empurrou o rapaz e, em seguida, Juliene teria se desentendido com Aparecido por este motivo.
Contudo, uma outra pessoa disse que dois dias após a primeira discussão, Juliene teria acionado membros de uma facção criminosa para resolver a desavença. Inclusive, uma chamada por videoconferência entre as vítimas, Juliene, Olga e um preso, identificado como Karlo, teria sido realizada, ficando definido que todos deveriam se respeitar.
Ainda segundo a investigação, Karlo seria integrante do PCC. Uma das vítimas teria ligação com empréstimo de dinheiro a juros e o recebimento de uma moto como garantia de uma dívida de Karlo, que possuía relação com Naique e Juliene.
Execução de pai e filho foi registrada por câmera de segurança
Conforme as imagens de câmeras de segurança obtidas pelo Jornal Midiamax na noite do assassinato, as vítimas estavam sentadas na mesa do bar, onde também funcionava um espetinho. É possível visualizar que os dois conversam enquanto Aparecido está tomando cerveja e o filho mexendo no celular.
Quando, em determinado momento, dois homens com casaco preto e capacetes – um vermelho e outro preto – chegam correndo e começam a disparar contra as vítimas, que sequer perceberam a aproximação dos atiradores.
A dupla atira várias vezes contra pai e filho e um deles chega a esperar por um segundo para garantir que Aparecido está sem vida.
Confira:
Fuga e acidente de atiradores
A dupla que executou Aparecido e Naique se envolveu em acidente no momento em que fugiam após o crime. As imagens mostram a dupla fugindo logo após os disparos contra pai e filho e se envolvendo em um acidente.
O motorista de um carro de passeio faz uma manobra para entrar em uma residência, momento em que o carro é atingido no meio pela moto onde estão os autores.
Após a colisão, a arma de um deles chega a cair ao solo. O autor que pilota liga a motocicleta e ambos fogem. Pensando que os dois iriam parar, devido ao acidente, o condutor do carro chega a ir atrás dos dois. Segundo informação, eles fugiram.
Confira:
Aparecido foi preso por assassinato em 2014
Aparecido chegou a ser preso pelo assassinato de Davi Andrade, de 52 anos, o ‘Paulista’, em janeiro de 2014. Ele, que era conhecido como ‘Branco’, foi preso, juntamente com Marcelo Silva, de 29 anos, conhecido como ‘Coiote’ e José dos Santos, de 65 anos, o ‘Zé Bodega’.
O crime aconteceu no dia 26 de dezembro de 2013, quando ‘Paulista’ e ‘Coiote’ estavam bebendo em um bar, na Rua Pontalina, e foram surpreendidos por ‘Zé Bodega’, que chegou ao local atirando contra os dois. ‘Coiote’ foi atingido por dois disparos, mas acabou sendo socorrido e sobreviveu, já ‘Paulista’ foi atingido no tórax e morreu no local.
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