Catador de reciclagem acusado de matar ‘Paraguaia’ a facadas é absolvido pelo Tribunal do Júri

João Paulo Magalhães Ramos foi absolvido pela morte de Vânia do Nascimento Golombieski, ocorrida em 2021 no Taquaral Bosque

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Vânia foi encontrada morta no dia 21 de abril de 2021. (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

João Paulo Magalhães Ramos, de 26 anos, acusado de matar Vânia do Nascimento Golombieski, conhecida como ‘Paraguaia’, foi absolvido no Tribunal do Júri, na tarde desta quarta-feira (19). O assassinato ocorreu em abril de 2021, no bairro Taquaral Bosque, em Campo Grande.

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), João Paulo teria matado Vânia por vingança, em conjunto com Diego Costa dos Santos, vulgo ‘Frozen’. O acusado queria vingar-se de desavença ocorrida em razão de discordância pelos materiais recicláveis. Já ‘Frozen’, queria se vingar pelo fato da vítima o ofendia toda vez que o encontrava, em razão dele ter esfaqueado o namorado de Vânia anteriormente, conhecido como “Goiano”.

Com um objeto cortante, os acusados teriam desferido golpes na região da cabeça da vítima. Os ferimentos causaram traumatismo crânio-encefálico em Vânia. Além disso, o modus operandi dos denunciados se deu a partir da superioridade numérica para a realização do homicídio.

Ele nega o crime e atribui a autoria ao colega, Diego Costa dos Santos, o ‘Frozen’. Já Diego recorreu da pronúncia por falta de provas e está em fase de recurso, por isso apenas João Paulo foi julgado hoje.

Julgamento

Testemunha no julgamento, o delegado da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), Carlos Delano, explicou que assumiu as investigações em 2023 com testemunhas dispersas e muita informação solta, sem laudo pericial perinecroscópico.  

Testemunhas relataram que ‘Frozen’ era um dos autores. A esposa de ‘Frozen’ afirmou que João Paulo foi até a casa dela e chamou Diego para matar Vânia. 

Houve uma discussão, horas antes do crime, entre Vânia e João por conta da divisão desigual dos materiais recicláveis coletados pelos dois.

Uma amiga de Vânia contou que algumas noites antes as duas teriam saído para vender umas joias que Vânia encontrou na reciclagem. À polícia, a amiga supôs que as joias seriam o motivo da briga, porém não ficou comprovado que a dupla havia coletado as joias. 

Noite do crime

Um amigo de infância da vítima ‘Wagão’ disse que, na noite do crime, após descobrir que ‘Paraguaia’ havia sido assassinada, ouviu falar que ‘Frozen’ era o autor. Nervoso, pegou uma foice e saiu atrás de ‘Frozen’, no caminho encontrou João Paulo com um líquido vermelho nas mãos, que parecia sangue, ao questioná-lo, o autor saiu correndo e não foi mais visto.

‘Frozen’ é apontado pelas testemunhas como autor também porque cerca de 20 dias antes ele havia esfaqueado o namorado de Vânia, conhecido como ‘Goiano’. Devido aos ferimentos, ‘Goiano’ ficou paraplégico e, então, a família o levou para a cidade natal para tratamento médico.

Desde então, Vania passou a xingar ‘Frozen’ todas as vezes que o via na rua. Irritado, uma vez chegou a ameaçar matá-la.

Depois da morte de Vânia, moradores da região foram até a casa de ‘Frozen’ para linchá-lo. A polícia foi acionada e encontrou na casa uma faca, suspeita de ter sido usada no crime contra Vania. Ele foi levado para a delegacia, mas liberado em seguida. 

Depois fugiu para Rondônia, onde acabou preso.

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