Carne vencida apreendida em ‘batida’ vinha do Paraguai e gerente é solto após pagar fiança R$ 30 mil

Quase 10 toneladas de carnes impróprias para consumo foram apreendidas. Produtos eram vendidos para virar charque no Paraná

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Foi arbitrada em R$ 30 mil a fiança para o gerente de uma distribuidora de carnes flagrada no bairro Silvia Regina, em Campo Grande, com mais de nove toneladas de carnes vencidas e podres. As carnes eram vendidas como charque para o Paraná. 

O frigorífico efetuou o pagamento da fiança e o gerente já foi liberado. 

Aos policiais e fiscais, uma funcionária contou que parte das carnes vem do Paraguai, outra parte, de vários frigoríficos do Brasil.

Os policiais chegaram ao estabelecimento após denúncias. Questionado sobre os produtos vencidos, o gerente, que afirmou estar há 40 dias no cargo, disse que seriam ‘devolvidos’ para os frigoríficos de origem para descarte, mas não apresentou notas fiscais de devolução.

Uma funcionária, auxiliar de faturamento, ao ser questionada sobre as notas de devolução, perguntou na frente do policial: ‘Seriam os produtos para charque?’

Foi impressa a suposta nota fiscal de devolução, mas nela estava escrito ‘venda interestadual’, de 10,5 toneladas de ‘carne resfriada de bovina sem osso’ emitida dia 3 de janeiro deste ano, no valor de R$ 158.230,64, tendo como destino uma empresa em Nova Londrina, no Paraná.

O controle de estoque foi impresso e apresentado em folha sem data e hora. A funcionária informou ainda que as carnes vencidas estavam nomeadas como ‘Carne resfriada de bovino sem osso’ seguida do tipo.

Em uma das mesas foi encontrada uma planilha com os produtos vencidos de janeiro e maio, um total de 408 caixas.

Ainda foi encontrada uma cópia do contrato de prestação de serviços de uma médica veterinária residente em Ponta Porã, como responsável técnica da empresa, porém o contrato não tem assinatura.

As toneladas de carnes encontradas vencidas, com mau cheiro, microbolhas e corpo estranho, foram entregues à Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS), que providenciará o descarte dos produtos. 

Problemas

Fiscal da Iagro e médico veterinário relatou durante depoimento na delegacia após a apreensão, que a carne estava com início de putrefação e a ingestão desse tipo de alimento pode causar intoxicação alimentar, náuseas, vômitos e diarreia. 

Segundo um fiscal da Vigilância Sanitária, foi lavrado auto de infração cuja multa pode chegar a R$ 15 mil.

Na delegacia, o gerente afirmou que não possui muito acesso aos detalhes porque assumiu o cargo há pouco tempo. Disse ainda que apenas realiza a venda das carnes que passa por outro funcionário.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados