O julgamento de Juliano Azevedo, acusado pelo assassinato de sua esposa na época, Mikaela Oliveira Rodrigues, de 22 anos, ocorrido em setembro do ano passado, finalmente chegou ao fim. A sentença trouxe um alívio para os familiares de Mikaela: o réu foi condenado a 24 anos de prisão em regime fechado.

A decisão foi proferida nesta quarta-feira (17) no Fórum de Anastácio, situado a 134 quilômetros de Campo Grande. Durante o julgamento, 33 familiares compareceram usando camisetas com a foto de Mikaela e com a mensagem de justiça.

O crime aconteceu em 8 de setembro do ano passado. Após o assassinato, Juliano fugiu com os dois filhos. Na época, ele enviou um áudio ao padrasto da vítima, confessando o feminicídio e instruindo-o a “ver o corpo”. O pedreiro foi preso poucos dias depois e transferido para a capital.

Relembre o caso

Uma sequência de atos terminou no feminicídio de Mikaela, morta a facadas pelo marido, que acabou preso no dia 11 de setembro, depois de fugir com os dois filhos após cometer o crime.

Em depoimento após sua prisão, o autor disse que trabalha como padeiro e completaria 9 anos de casado em outubro com Mikaela. Na noite do crime, segundo os relatos dele, o casal e os filhos foram até uma lanchonete e, na volta, percebeu que Mikaela trocava mensagens com alguém no telefone e escondia o aparelho dele.

As crianças foram colocadas dentro do carro já dormindo, quando o casal começou a discutir e ele conseguiu tomar o telefone das mãos de Mikaela, vendo que ela trocava mensagens com uma pessoa conhecida do casal que morava a 100 metros da residência deles, e que os dois se tratavam como ‘amor’ nas mensagens.

Ele ainda relatou que já era tarde quando chegaram em casa e continuaram com a discussão e as crianças continuaram dormindo no carro. Na varanda da residência, Mikaela o teria chamado de ‘corno’, e ele, que estava com um canivete, desferiu um golpe em seu ombro. Nesse momento, a vítima foi para o banheiro da casa.

O autor foi atrás e relatou ter tido um ‘apagão’ não se lembrando de mais nada. Ele disse que voltou a si, quando já estava na frente da casa do homem com quem Mikaela trocava mensagens e na sua mão estava o canivete pingando sangue. Suas roupas também estavam sujas de sangue.

Ele decidiu voltar e conferiu que as crianças ainda estavam dormindo no carro. O autor, então, entrou na casa e trocou de roupa, em seguida, foi com os filhos até a casa de sua mãe e pediu ajuda, contando o que havia feito e que precisava de ajuda para cuidar das crianças. Ele ainda relatou que, na semana anterior ao crime, o casal teve uma discussão. 

O autor ainda disse que mandou as mensagens para o padrasto e mãe de Mikaela porque não tinha certeza se ela estava morta e poderiam ajudá-la, caso estivesse viva. A roupa suja de sangue e o canivete foram apreendidos pela polícia.

O caso foi registrado como feminicídio, em Anastácio, onde ocorreu o crime.