Discussão em lanchonete, apagão e roupa com sangue: o que aconteceu horas antes de Mikaela ser morta

Em depoimento à polícia, marido da vítima revelou detalhes do crime

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Mikaela ao lado do marido que confessou ter matado a vítima (Arquivo pessoal)

Uma sequência de atos que acabaram no feminicídio de Mikaela Oliveira Rodrigues, de 22 anos, morta a facadas pelo marido, que acabou preso nessa segunda-feira (11), depois de fugir com os dois filhos após cometer o crime, na última sexta-feira (8).

Em depoimento após sua prisão, o autor disse que trabalha como padeiro e completaria 9 anos de casado em outubro com Mikaela. Na noite do crime, segundo os relatos dele, o casal e os filhos foram até uma lanchonete e, na volta, percebeu que Mikaela trocava mensagens com alguém no telefone e escondia o aparelho dele.

As crianças foram colocadas dentro do carro já dormindo, quando o casal começou a discutir e ele conseguiu tomar o telefone das mãos de Mikaela, vendo que ela trocava mensagens com uma pessoa conhecida do casal que morava a 100 metros da residência deles, e que os dois se tratavam como ‘amor’ nas mensagens.

Ele ainda relatou que já era tarde quando chegaram em casa e continuaram com a discussão e as crianças continuaram dormindo no carro. Na varanda da residência, Mikaela o teria chamado de ‘corno’, e ele, que estava com um canivete, desferiu um golpe em seu ombro. Nesse momento, a vítima foi para o banheiro da casa.

O autor foi atrás e relatou ter tido um ‘apagão’ não se lembrando de mais nada. Ele disse que voltou a si, quando já estava na frente da casa do homem com quem Mikaela trocava mensagens e na sua mão estava o canivete pingando sangue. Suas roupas também estavam sujas de sangue.

Ele decidiu voltar e conferiu que as crianças ainda estavam dormindo no carro. O autor, então, entrou na casa e trocou de roupa, em seguida, foi com os filhos até a casa de sua mãe e pediu ajuda, contando o que havia feito e que precisava de ajuda para cuidar das crianças. Ele ainda relatou que, na semana anterior ao crime, o casal teve uma discussão. 

O autor ainda disse que mandou as mensagens para o padrasto e mãe de Mikaela porque não tinha certeza se ela estava morta e poderiam ajudá-la, caso estivesse viva. A roupa suja de sangue e o canivete foram apreendidos pela polícia.

Ele ainda relatou ter medo pela sua integridade física, já que o irmão de Mikaela estaria preso por tráfico de drogas. 

O feminicídio

O crime aconteceu na última sexta-feira. Mikaela foi encontrada morta com sinais de violência no banheiro da casa onde morava com Juliano e os filhos, na cidade de Anastácio, a 137 quilômetros de Campo Grande.

O casal estava junto há quase oito anos. Depois de cometer o crime, Juliano enviou um áudio para o padrasto da vítima. Na mensagem, enviada via WhatsApp, ele diz que estava sendo traído pela mulher e ressalta que estava informando o padrasto dela para que ele pudesse encontrar o corpo da vítima.

“O negócio é o seguinte, peguei a Mikaela me traindo com o ****. Eles já estavam há quatro meses juntos. Quando eu tava trabalhando, eles tavam de sacanagem lá e eu fiz merda, tá?! Tô avisando você, pra você ir lá ver o corpo”, confessa.

Após o crime, Juliano fugiu em um Chevrolet Corsa Wind de cor branca, levando os filhos. Ele estava foragido até a tarde desta segunda-feira (11), quando se entregou.

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