A família de Jonathan de Souza, encontrado morto carbonizado em março deste ano e enterrado como indigente três meses depois no Cemitério Santo Amaro, conseguiu a exumação do corpo nesta sexta-feira (28). Os familiares haviam denunciado ao Jornal Midiamax que o homem foi enterrado como indigente horas após o exame confirmar a identidade, exame este aguardado por 90 dias. 

No início da tarde desta sexta (28), a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) procurou a irmã de Jonathan, Jayana Souza, para informar que a exumação havia sido liberada. Logo, os familiares conseguiram organizar o velório e sepultamento de Jonathan, realizado no Cemitério Nacional Parque, situado no bairro Moreninha IV, seguindo o desejo da mãe.

“Agora, graças a Deus, deu um alívio para o coração saber que meu irmão foi enterrado no convênio da minha mãe. Graças a Deus, vai constar o nome dele na certidão de óbito, constar que ele tem família, tem um nome. Não ameniza a dor, mas eu me sinto mais aliviada porque o que fizeram foi desumano, mas graças a Deus nós conseguimos”, conta Jayana ao Jornal Midiamax.

Jayana ainda agradeceu todos os que a ajudaram a cobrar uma resposta do caso, ressaltando a agilidade do procedimento de exumação após as denúncias feitas à reportagem. 

Mesmo tendo o desejo da mãe Vanuza de Souza realizado, com um velório e sepultamento digno, a irmã conta que no momento irá viver o luto, mas que a situação não ficará impune. “Por enquanto, agora a gente vai viver o luto. Mas eu creio que minha mãe vai entrar, sim, na justiça, porque o que fizeram foi cruel, desumano e para que não venha acontecer com nenhuma família”, finalizou Jayana.

Longa espera

Foram mais de 90 dias de espera da confirmação do DNA para que, enfim, os familiares pudessem saber se o corpo era de Jonathan.

O corpo foi encontrado carbonizado no dia 16 de março na região do bairro Los Angeles, em Campo Grande. Posteriormente, a família de Jhonatan recebeu uma ligação anônima dizendo que o corpo era de Jhonatan. Após isso, a mãe dele procurou o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e foi realizado o exame de DNA. Após o exame, os familiares ficaram dois meses e meio sem respostas. 

Na última sexta-feira (21), às 11h40 a Polícia Civil entrou em contato com a irmã de Jonathan informando que o resultado do exame estava pronto. Às 12:06, outra mensagem foi enviada com a requisição para o Imol.

Às 14h26 da tarde, foi enviada uma terceira mensagem informando que o exame e os papéis para liberação do corpo foram entregues ao Imol. Em seguida, a irmã foi ao Imol e informada de que o corpo foi enterrado às 14 horas no Cemitério Santo Amaro. 

Ela questionou sobre terem enterrado sem o resultado do exame de DNA e eles alegaram, segundo ela, que enterraram por falta de informação e de comunicação por parte da polícia. A familiar saiu do Imol e foi ao cemitério e lá, recebeu a informação de que é necessário esperar 5 anos para fazer exumação do corpo e poder identificá-lo, ou fazer qualquer cerimônia.

À reportagem do Jornal Midiamax Vanuza de Souza, de 47 anos, conta que viu o filho pela última vez quando ele fez uma visita para ela, no dia 13 de março. Um dia depois, ela recebeu uma mensagem de Jonathan, dizendo que precisava falar com ela. Depois disso, não conseguiu mais contato.

“Ele esteve comigo no dia 13 de março e foi embora à noite. No dia seguinte, vi que tinha recebido uma mensagem dele dizendo que precisava falar comigo, mas depois disso não consegui mais contato. No dia 16 apareceu esse corpo carbonizado. Fui à delegacia e não constava nada sobre ele em delegacias, ou hospitais. Na noite de Páscoa minha filha recebeu uma ligação anônima dizendo que não era mais para procurar porque ele era o rapaz carbonizado dentro daquele carro encontrado no Los Angeles e que a pessoa que matou ele também estava morta”, relatou.

Depois de receber a ligação, a família procurou o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), contou sobre a ligação recebida e disse que queria comparar o DNA com o do corpo encontrado carbonizado.

Procurada pela reportagem do Jornal Midiamax acerca dos fatos, a Coordenadoria Geral de Perícias disse que será aberto um procedimento administrativo para investigar o caso.

Corpo encontrado carbonizado

No dia 16 de março, um corpo foi encontrado carbonizado dentro do porta-malas de um carro ainda em chamas, em uma estrada vicinal, na região do Bairro Los Angeles, em Campo Grande.

(Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

O Gol, vermelho, foi furtado cinco dias antes. As informações divulgadas um dia após o crime, indicavam que o veículo pertencia a um acadêmico de medicina, que havia estacionado em frente a universidade e quando saiu não encontrou o carro.

O veículo carbonizado foi entregue na Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos). Jás as investigações sobre o corpo carbonizado seguem na DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio e de Proteção à Pessoa).

O espaço permanece aberto para manifestações.

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