O advogado Júlio Vanth Morinigo Chaves Ribeiro, preso durante a deflagração da Operação Lobos em março de 2021 e expulso da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) nesta quinta-feira (21), depois de ser submetido ao Conselho de Ética, teria estuprado 13 crianças e adolescentes, segundo evidências apontadas pela Polícia Federal.

Na época da prisão, os policiais federais encontraram com o advogado um pen drive com fotos, vídeos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade que eram armazenadas e compartilhadas.

Com o andamento das investigações, a PF apontou evidências de que o advogado também teria estuprado 13 crianças ou adolescentes. A condenação do advogado a 6 anos de prisão foi pelos crimes de armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil, apesar da Polícia Federal apontar as evidências para os casos de abuso sexual.

Ele chegou a ser preso e transferido para o Presídio Militar. Houve pedido da defesa para que ele fosse transferido para a Gameleira de regime fechado. Júlio foi condenado a 6 anos de prisão, mas, segundo Pablo Gusmão, advogado de defesa de Júlio, seu cliente já foi solto.

O advogado foi suspenso em março de 2022 e, nesta quinta-feira (21), acabou sendo expulso da OAB.

Em nota, a defesa do advogado disse que: “No tocante à esfera administrativa, isto é, no processo ético, a Defesa, apesar de saber o resultado do julgamento, ainda terá acesso ao teor dos votos daquele julgamento, sobretudo o voto da Sra. Relatora a Dra. Beatriz Stuart, bem como de votos divergentes que opinaram pela não exclusão. Ainda, segundo a nossa defesa, existem nuances naquele processo ético que foram submetidos à apreciação do Poder Judiciário, na forma de Mandado De Segurança para tornar o procedimento ainda mais justo, sem esquecer que da decisão tomada pelo Conselho Seccional de MS, cabe recurso ao Conselho Federal, se existir matéria para tal. Como dito, tudo dependerá da análise do teor dos votos decisivos.”

Operação Lobos

A operação foi deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2021, quando foram cumpridos mandados em 55 cidades e 18 pessoas foram presas. Os sites onde as imagens eram compartilhadas tinham mais de 1 milhão de usuários. 

Os mandados foram cumpridos em Mato Grosso do Sul, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo, Tocantins, Espírito Santo e Pernambuco.