Ewerton Fernandes da Silva, suspeito de matar a namorada Bruna Moraes Aquino, de 22 anos, a tiros dentro do carro em setembro de 2021, foi solto na última sexta-feira (15) durante audiência de instrução sobre o crime. 

O alvará foi concedido pelo juiz Carlos Alberto Garcete, que ordenou que ele fosse posto em liberdade mediante uso de tornozeleira eletrônica por pelo menos 6 meses, além de ficar proibido de se mudar e de se aproximar dos familiares da vítima em menos de 300 metros. 

A audiência ocorreu na sexta-feira, porém teve de ser interrompida após a promotora de Justiça passar mal, então a sessão foi designada para a próxima segunda-feira (25), às 15h30.  

Antes do adiamento, a defesa ainda pediu a revogação da prisão e como todas as testemunhas de acusação foram ouvidas, restando apenas as de defesa, determinou a soltura, já que não há outro processo criminal contra ele, nem acusação de ameaças às testemunhas.

Ewerton estava preso desde o dia 27 de outubro do ano passado, quando foi detido pela Guarda Civil Metropolitana em cumprimento de mandado de prisão por feminicídio.

Feminicídio

Bruna foi assassinada a tiros, no dia 1º de setembro de 2021, quando estava com o namorado no carro dele. O casal estava próximo ao macroanel rodoviário, no Itamaracá, em uma rua de chão. Bruna foi atingida no pescoço, o namorado dela, apontado como suspeito, apresentava um ferimento provocado por um tiro de raspão no braço.

Na ocasião, o frentista contou à polícia que ele e a vítima estavam no carro quando foram surpreendidos por um desconhecido que chegou a pé, com um capacete nas mãos e armado.

Conforme os relatos do namorado de Bruna, o homem realizou vários disparos contra o veículo, acertando ele de raspão no braço, mas atingindo a vítima por duas vezes no pescoço.

Em seguida, quando viu que a namorada sangrava demais, correu para tentar socorrê-la, levando-a para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário. No local, os médicos tentaram a reanimação, mas Bruna já estava morta. O namorado também apresentava ferimentos de arma de fogo no braço e ficou internado por oito dias.

Investigações

À equipe de reportagem do Jornal Midiamax, o delegado Christian Duarte Mollinedo, da 4ª Delegacia de Polícia Civil de , explicou que durante as investigações, o namorado de Bruna mudou de endereço e trocou o número de telefone. Além disso, segundo o delegado, nunca foi comprovada a tese de que eles foram surpreendidos por uma terceira pessoa, como alegou em depoimento sobre o caso.

“Ela foi morta em um local ermo, sem câmeras de segurança, sem testemunhas. Ele diz que uma pessoa tentou matá-los, mas ele ficou livre esse tempo todo e ninguém nunca atentou contra a vida dele. Além de que, temos vídeos de testemunhas que foram ameaçadas por ele, que chegou a mandar foto dele armado para algumas delas. Muitos dos que foram ouvidos disseram que o namoro era bastante conturbado. Acreditamos que foi uma situação de crime passional”, afirma.