Indígena de 18 anos é morto a tiros em confronto com a polícia em Antônio João

No início da semana passada, indígenas teriam ateado fogo em uma ponte na região

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Clima ficou tenso nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (Foto: reprodução, Cimi)

Denúncias veiculadas pelas entidades indigenistas apontam novos ataques à comunidade Nhanderu Marangatu, em Antônio João. O confronto teria ocorrido entre moradores da área e tropas de choque nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (18).

Jovem indígena de 18 anos, identificado como Neri Guarani Kaiowá, foi morto. Vídeo e imagens divulgadas pelo Cimi (Conselho Missionário Indigenista) e pela Aty Guassu, que representa os Guarani-Kaoiwá, mostram movimentação dos moradores da comunidade.

As entidades afirmam que os indígenas foram atacados pela tropa de choque. Por outro lado, fontes ligadas à polícia, afirmam que um grupo de indígenas armados teria investido contra a equipe. O conflito na área acontece desde o início do mês, quando indígenas teriam ateado fogo em uma ponte na região, deixando PMs ilhados.

Até o momento, não foi divulgada nenhuma nota oficial da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, nem da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul).

Uma indígena, de 32 anos, ferida a tiros durante conflito com a PM (Polícia Militar) na região da fazenda Barra Mansa, em Antônio João, a 318 quilômetros de Campo Grande, corre risco de perder a perna.

Ela está internada desde quinta-feira (12), quando houve o conflito enquanto a comunidade ocupava a região. Os indígenas atearam fogo em uma ponte e os agentes atiraram com bala de borracha para impedir a entrada na fazenda.

Durante o conflito na região, dois indígenas foram presos, mas foram liberados neste domingo (15), conforme informou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário). 

A indígena internada foi ferida no joelho e permanece aos cuidados médicos no hospital de Ponta Porã. “[Está] com risco de perder parte da perna, mas com cirurgia marcada para quinta-feira”, afirmou o conselho ao Jornal Midiamax

Ponte destruída

Durante a ocupação da fazenda Barra Mansa, em Antônio João, a 318 quilômetros de Campo Grande, o comandante da Polícia Militar de Ponta Porã e mais três policiais ficaram ilhados depois de uma ponte ser incendiada na região, no último dia 12 de setembro. Equipes do Batalhão de Choque foram para a cidade ajudar no conflito.

Anteriormente, havia sido dito que os militares teriam sido feitos de reféns, mas a ponte incendiada é que teria deixado os policiais ilhados, assim como o dono da fazenda Barra Mansa. Durante o conflito, pelo menos um indígena acabou ferido a tiros de bala de borracha e foi encaminhado para o hospital da cidade.

O dono da fazenda, alvo da ocupação dos índios, registrou um boletim onde ele afirma que a sua propriedade estava sendo incendiada e que o incêndio seria criminoso provocado por alguns índios. O registro da ocorrência foi feito no dia 10 deste mês, na última terça-feira.