Carla Marques Ramirez, de 50 anos, transexual, que morreu nessa quinta-feira (2), quatro dias depois de ser atingida com um tiro na cabeça, em Rio Brilhante, cidade onde morava a cerca de 160 quilômetros de Campo Grande, respondia processo por matar o companheiro Igor da Silva Bezerra.

O crime aconteceu no dia 23 de novembro de 2021, na residência onde eles moravam, no prolongamento da Avenida Benjamin Constant, saída para Dourados, em Rio Brilhante, mesma rua onde Carla foi atingida com um tiro na cabeça, na noite do último domingo (29).

De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual, Carla e Igor foram casados por cerca de 7 anos, no entanto, o relacionamento era conturbado e o casal mantinha um histórico de brigas e agressões recíprocas.

De acordo com a denúncia, no dia do crime, Igor e Carla estavam consumindo bebida alcoólica e começaram a brigar. As brigas entre o casal eram constantes e foram relatadas por diferentes testemunhas.

Conforme as informações apresentadas nos autos do processo, no dia do crime, a vítima teria avançado em Carla com uma faca, mas ela conseguiu segurar as mãos dele e direcionar a arma contra o marido, que foi atingido no tórax.

Carla tentou socorrer o companheiro, mas ele não resistiu e morreu no local. A Polícia foi acionada e Carla foi presa em flagrante por lesão corporal seguida de morte. Carla respondia o processo em liberdade.

No dia do crime, uma vizinha disse à polícia que viu quando o casal passou de carro pela rua. Segundo ela, os dois estavam discutindo. Pouco depois, ela presenciou a vítima correndo do suspeito.

Uma outra testemunha também teria afirmado que ouviu Carla ameaçar o companheiro dizendo que iria matá-lo. As testemunhas disseram à polícia que as brigas entre os dois ocorriam com frequência.

O Ministério Público ofertou denúncia sobre o caso e Carla, que já foi presa pelos crimes de roubo, tráfico de drogas e crimes de trânsito, respondia ao processo, pela morte do marido, em liberdade.

Morte de Carla

A morte de Carla, mais conhecida como “Carla Pedreira”, foi confirmada na manhã de ontem. Ela estava internada no Hospital da Vida em Dourados, a 225 quilômetros da Capital.

Um homem de 43 anos, suspeito de ter cometido o crime, foi preso na terça-feira (31), na BR-163, por policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) depois de um alerta emitido por equipe da Polícia Civil de Rio Brilhante.

A arma, calibre 22, utilizada para matar Carla, é de fabricação artesanal. No local onde ela foi morta, a polícia recolheu uma munição deflagrada do mesmo calibre da arma apreendida. Uma criança teria apontado o pai como autor do crime.