Os dois, de 19 e 29 anos, traficantes presos nessa quarta-feira (8) pelo cultivo de cogumelos em um laboratório improvisado no Bairro Tiradentes, em Campo Grande, tiveram liberdade provisória concedida durante audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (10).

O juiz plantonista determinou que os dois presos sejam soltos por liberdade provisória, com cumprimento de medidas cautelares, como comparecimento mensal obrigatório em juízo para informar e justificar a ocupação e atualizar o endereço.

O de 29 anos ainda deverá apresentar o relatório do tratamento a ser realizado no Caps/AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), já que demonstrou interesse voluntário de tratamento de saúde para vício em drogas.

Laboratório de Drogas com 400 ‘alunos’

Conforme os delegados Hoffman D’Ávila e Bruno Santacatharina, o rapaz de 24 anos já era investigado desde 2021, quando foi preso pelo mesmo crime. A princípio, ele semeava, cultivava, colhia e então vendia os cogumelos.

Ainda segundo a polícia, o suspeito só estava solto porque, na época da prisão, não havia comprovação de que os cogumelos eram alucinógenos. No entanto, tempos depois laudo pericial comprovou que se tratava de substância psicoativa.

Assim, com denúncias feitas por testemunhas, os policiais chegaram até o laboratório do acusado. No local, foram apreendidos dois quilos de cogumelo, de diversas formas, até mesmo em cápsulas.

Apesar do flagrante, o rapaz alega que o cogumelo é produzido e vendido para seitas. Já o jovem de 19 anos era ajudante do suspeito e também foi preso.

Ainda segundo os delegados, o rapaz de 24 anos, além de produzir, também ministrava e vendia curso sobre a produção de cogumelos. Ele já tinha ao menos 400 ‘alunos’.

Essa droga era vendida por encomenda, custando R$ 100 uma pequena porção. Também foram apreendidos computadores e celulares.

Venda pelos Correios

Após a prisão, os Correios se manifestaram, já que o traficante vendia os produtos através de envios pela estatal. O órgão informou via nota que trabalha em parceria com os órgãos de segurança pública para fiscalizar e prevenir o tráfego e envio de itens proibidos por meio do serviço postal. Quando constatada a presença de conteúdo suspeito em seu interior, o objeto é encaminhado à autoridade competente para avaliação especializada.

“Os empregados atuam de forma diligente visando identificar postagens em desacordo com a legislação. Muitas das operações policiais começam por apreensões realizadas pela fiscalização dos Correios. A empresa tem priorizado investimentos em ações preventivas para fortalecer a integridade dos serviços postais”, informou o órgão.