“Todos nós temos medo. Estamos em Pedro Juan Caballero, em uma zona vermelha, e não podemos negar isso”. A declaração é do radialista Ruben Valdez, que trabalhava com colega de profissão executado no início da tarde desta terça-feira (14) na cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

Após a Policia Nacional levantar a hipótese de que os pistoleiros poderiam ter errado de alvo durante a execução do radialista, Valdez prestou esclarecimento e conversou com jornalistas da fronteira.

Segundo ele, como são bem próximos, coincidentemente, há uma semana ele trocou de veículos com a vítima fatal, que lhe vendeu seu carro e recebeu o veículo dele (Ruben) como parte do pagamento.

Em conversa com a reportagem do Midiamax, Valdez disse que sempre que trabalhava à noite em coberturas policiais ele usava coletes à prova de balas e que uma vez recebeu uma ameaça em seu número de telefone, mas que na realidade não passou de um mal-entendido.

“Eu tenho curso de prevenção e por isso tenho esse hábito de usar o colete durante as coberturas no período da noite. É um ato de prudência da minha parte, por precaução e não por ameaça”, relatou o radialista.

Valdez também contou que considerava Alexander como seu melhor amigo e que em nenhum momento ouviu dele que também estaria sendo ameaçado. “Era uma pessoa de bem com vida e de fácil relacionamento com todos”, comentou.

Além de trabalhar juntos, os dois se reuniam para ensaiar para as apresentações de final de semana nos bares de Pedro Juan Caballero. “Ele tocava teclado e eu bateria. A música era a nossa diversão. Ele vai fazer muita falta”, disse Valdez.