Servidora alvo de operação contra fraudes no Detran-MS era classificada como ‘exemplar’

Servidora movimentou R$ 200 mil em oito meses

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(Henrique Arakaki, Midiamax)

A servidora alvo da operação ‘Gravame’ da Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (14), que cumpriu mandados em Bela Vista e Campo Grande, era tida como ‘funcionária exemplar’. Foram oito mandados de busca e apreensão. 

A servidora tem o cargo de Assistente de Vistoria e Identificação Veicular. No Portal da Transparência, ela recebe salário de R$ 6.053. Desde 2014, a servidora tem autorização para assinar os CRVs (Certificados de Registro de Veículo) e os CRLVs (Certificados de Registro e Licenciamento de Veículos).

Em março deste ano, a servidora teve a nota 96,72 na sua avaliação de desempenho individual, para efeito de promoção funcional por merecimento. Ela chegou a movimentar em oito meses cerca de R$ 200 mil e recebeu em remuneração R$ 30 mil. 

Fraude na transferência de veículos

Foi descoberto um esquema de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistemas de informação, do Detran. Conforme as investigações, uma servidora de Bela Vista é suspeita de receber propina para a realização de transferências irregulares de veículos. 

Carros e caminhões de outros estados eram encaminhados para transferência de unidade da federação ou de propriedade na agência de Bela Vista e, em seguida, com a participação da servidora, tinham os cadastros alterados, mesmo sem nunca terem circulado e nem terem sido apresentados para vistoria.

Outra fraude constatada foi a transferência de carretas para a inclusão fraudulenta do 4º eixo nas especificações do veículo, trâmite que, normalmente, depende até mesmo de um engenheiro e de aprovação pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). 

Em oito meses, a servidora teria movimentado mais de R$ 200 mil e recebido pouco mais de R$ 30 mil como remuneração no mesmo período. Além da servidora, são alvos dos mandados de busca e apreensão ao menos quatro despachantes suspeitos de enviarem valores para que a funcionária realizasse os procedimentos ilegais.