Sem ter registrado bebê que caiu do 3º andar, pai diz ao Conselho Tutelar que quer guarda da menina
Homem foi orientado a procurar Defensoria para pedir reconhecimento de paternidade
Aline Machado –
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Pai da bebê, de quatro meses, que caiu da janela do apartamento – onde mora com a mãe e dois irmãos, de 7 e 3 anos, respectivamente – procurou o Conselho Tutelar da região sul em Campo Grande, nesta quarta-feira (13), e demonstrou interesse na guarda da menina, que até o momento não foi registrada por ele.
De acordo com informações do Conselho Tutelar, a bebê não tem identificação paterna no registro de nascimento. O homem que se apresentou como pai dela foi orientado a buscar a Defensoria Pública para solicitar o reconhecimento de paternidade. Apenas depois poderá pedir a guarda da criança.
A bebê está internada na Santa Casa de Campo Grande para onde foi transferida devido à gravidade do estado de saúde. A mãe foi presa na noite dessa terça-feira (12), após o acidente que deixou a criança gravemente ferida no condomínio CH8, no Bairro Aero Rancho.
A mulher havia acabado de internar a filha no Hospital Regional Rosa Maria Pedrossian quando foi autuada em flagrante por abandono de incapaz e lesão corporal grave. Segundo a delegada Nelly Gomes dos Santos Macedo, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), ela passará por audiência de custódia nesta quinta-feira (14).
Com a mãe presa e sem o registro de pai, a bebê deve ser encaminhada para um abrigo após receber alta hospitalar. Os dois irmãos dela foram levados para o Conselho Tutelar na noite de ontem e permanecem abrigadas.
Já o pai das duas crianças, de 7 e 3 anos, também procurou o Conselho Tutelar nesta quarta-feira. Ele afirmou que se afastou dos filhos para “evitar” a mãe das crianças. O homem está desempregado e admitiu que, além de não ver os filhos, não ajudava financeiramente.
O Jornal Midiamax entrou em contato com o pai da bebê para que ele pudesse dar a versão dele sobre os acontecimentos, em ligações e mensagens de WhatsApp documentadas, mas sem respostas. A reportagem esclarece que o espaço segue aberto para manifestação.
Queda do 3º andar
De acordo com a Polícia Civil, a bebê estava no apartamento com a irmã e o irmão, de 7 e 3 anos. A mãe das crianças não estava na casa e a menina mais velha cuidava dos dois irmãos mais novos quando ocorreu o acidente.
Conforme relatos, a bebê estava chorando e a irmã tentava acalmá-la. A menininha se aproximou da janela – no apartamento que fica no 3º andar – para mostrar para a bebê as crianças que estavam brincando no pátio do condomínio, quando aconteceu a queda de, aproximadamente, 15 metros de altura.
As crianças que brincavam pelo condomínio e outros moradores viram o momento em que a bebê caiu. A mãe não estava em casa e foi informada por telefone sobre o acidente.
A mulher pediu que ninguém mexesse na bebê até a chegada do Corpo de Bombeiros, no entanto, uma vizinha que tem curso de primeiros socorros, se apresentou e pediu para auxiliar no socorro. Com autorização da mãe, a mulher fez massagem cardiorrespiratória e pediu ajuda para que ela fosse levada com urgência para o Hospital.
Um vizinho que estava de carro levou a mãe, a bebê e a vizinha até o Hospital Regional. Durante o trajeto, a moradora continuou com o procedimento de reanimação e foi ela quem deixou a bebê na emergência aos cuidados de enfermeiros. Devido à gravidade do caso, a menina foi transferida para Santa Casa.
Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil foram acionadas. À reportagem do Jornal Midiamax, vizinhos disseram que a mãe das crianças procurava por uma babá para cuidar dos filhos porque terá que retornar para o trabalho ainda neste mês, quando termina a licença maternidade.
A mãe morava apenas com as crianças e não tem parentes em Campo Grande. Após a prisão dela, os dois outros filhos foram levados para o Conselho Tutelar.
Denúncia no Conselho Tutelar
A criança de sete anos não estava estudando. A escola, onde a menina estava matriculada, procurou o Conselho Tutelar por duas vezes para denunciar a ausência da criança.
A primeira denúncia feita pela escola foi no dia 11 de novembro de 2022, relatava a evasão escolar já que a criança não estava realizando as atividades pedagógicas. A outra denúncia feita pela escola foi registrada no dia 17 de maio deste ano pelo mesmo fato. Os dois casos são anteriores ao nascimento da bebê que tem 4 meses.
O Conselho Tutelar Sul, confirmou as denúncias sobre a ausência da menina na escola e disse que a mãe foi chamada ao Conselho e não compareceu.
A Prefeitura foi procurada pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax para falar sobre o caso e respondeu que nenhuma denúncia chegou a SAS (Secretaria de Assistência Social). Confira a nota na íntegra:
“A SAS informa que não consta em seu banco de dados qualquer registro de denúncia referente à bebê de 4 meses, nem mesmo sobre a mãe dela ou irmãos. Caso tenha havido denúncia, a mesma pode ter sido encaminhada ao Conselho Tutelar Sul, responsável pela região onde a menina reside. É preciso checar diretamente com os conselheiros.”
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