O promotor José Arturo Bobadilha, mostrou na manhã desta terça-feira (17), durante o julgamento de Lucas Pergentino, acusado do feminicídio de Maria Graziele Elias de Souza, morta em abril de 2020, vídeos da confissão do réu que durante seu depoimento na frente do júri formado só por mulheres negou que matou a jovem.

Nos vídeos apresentados pelo promotor, Lucas fala que não havia planejado o crime e que ficou nervoso na hora em que acabou matando Grazi com um mata-leão. Em depoimento no vídeo, Lucas contou que sentia muito ciúmes das coisas que ela fazia. Que depois que voltaram teve um dia que ela chegou em casa às 22 horas, e ele teria ficado bem chateado, já que tinham combinado de jantar.

Após matar Graziele, Lucas disse que vestiu ela com calcinha vermelha e vestido. Colocou ela no banco do carro e pensou em vários lugares para jogar o corpo dela. Mas foi seguindo pela BR-262 e viu um barranco e quando desceu com ela acabou rolando pelo barranco e correu para o carro.

Ainda no depoimento, ele disse que dormiu todos os dias seguintes na casa da ex-sogra, e que estava arrependido e tentava contar, mas não tinha coragem. Lucas foi preso por equipes da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoas) 11 dias após o crime.

Júri caso Maria Graziele (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Denúncia MPMS

Conforme a denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Lucas e Maria Graziele conviveram maritalmente por aproximadamente 8 anos. No entanto, em abril de 2020 estavam separados, embora Lucas tentasse incessantemente reatar. Além disso, há indícios que ele era muito ciumento e possessivo e monitorava todas as redes sociais da vítima.

Assim, depois de passarem a noite juntos, por volta das 14 horas do dia 14 de abril de 2020, Lucas buscou a vítima no serviço. Em seguida, foram para a casa dele, no Parque do Lageado, para comemorar o aniversário do réu. Com isso, os dois ficaram na residência e chegaram a ter relações sexuais.

Depois, ficaram deitados na cama conversando, momento em que Lucas começou a fazer carinho perto do pescoço de Graziele. Foi então que ela confessou que tinha medo que ele a matasse. Neste momento, Lucas disse “Então eu vou te matar” e deu um mata-leão na vítima, a colocou de bruços e asfixiou com o rosto no travesseiro.

Mesmo após a morte, Lucas foi até a casa da ex-sogra e fingiu que tinha combinado de encontrar a vítima ali. Só por volta das 22h30, ele voltou para casa, colocou o corpo de Graziele no carro e foi até a BR-262, onde deixou a vítima às margens da estrada.

O crime foi descoberto após o corpo da vítima ser localizado por testemunhas. Mesmo assim, Lucas ficou foragido e chegou até mesmo a ir ao velório de Maria Graziele. Ele acabou preso no dia 25 de abril por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios).