A Polícia Civil afirmou que a investigação feita pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) sobre o estupro cometido pelo policial militar do Bope contra uma frentista, em Campo Grande, tem toda a materialidade confirmada em provas. O inquérito de 300 páginas foi enviado para o MPMS (Ministério Público Estadual), que já ofereceu a denúncia à Justiça, o andamento do processo, no entanto, é sigiloso.

De acordo com a PCMS, os resultados do laudo não indicam lesão ou laceração nas partes íntimas da vítima, mas houve identificação de esperma na calcinha, casaco, camiseta e calça da mulher, sendo todos da mesma pessoa, o policial militar.

Conforme o artigo 213 do Código Penal, qualquer ato libidinoso a que alguém for obrigado a ser submetido contra sua vontade é considerado estupro.

“Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

Suspeito de cometer o estupro, o militar foi afastado do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e preso no dia 11 de agosto. O policial, que foi liberado há poucos dias, foi encontrado morto na manhã desta terça-feira (17). A suspeita é de que ele tenha cometido suicídio.

Em nota, a Deam afirmou que “lamenta profundamente o que aconteceu com o policial e que quanto aos fatos apurados no IP não tem nada a declarar, pois todas as informações relevantes foram narradas no seu relatório final e a veracidade dos fatos comprovadas em um inquérito de mais de 300 páginas e que teve a denúncia oferecida pelo Ministério público e recebida pelo poder judiciário diante da materialidade e da justa causa do crime comprovada por inúmeras provas nos autos.”

Denúncia de estupro

Conforme a denúncia registrada pela mulher, o caso aconteceu no dia 8 de agosto deste ano, depois que a frentista saiu do trabalho, por volta das 22 horas.

À polícia, a mulher disse que estava caminhando quando foi abordada pelo policial, que dirigia um veículo Fiat Mobi. A frentista contou que o militar estava armado, a obrigou a entrar no carro e depois a levou para o lugar onde teria cometido o crime.

Em depoimento ela afirmou que depois de ser estuprada, ela a deixou fugir, no entanto, a ameaçou dizendo que sabia onde ela morava.

Conforme a frentista, depois de ser liberada, ela ligou para o chefe e relatou o fato. O patrão entrou em contato com a Polícia Militar que atendeu a ocorrência. A mulher foi levada para a Deam, onde registrou o boletim de ocorrência.