É julgado pela sétima vez nesta sexta-feira (11) o pedreiro Cleber de Souza Carvalho, que ficou conhecido como ‘serial killer’, pela morte de Hélio Taira, encontrado concretado em maio de 2020. Este é o julgamento da última, das sete vítimas feitas por Cleber. As penas já somam 96 anos de prisão.

Cleber confessou sete assassinatos em Campo Grande. Ele foi preso durante investigação da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), que identificou que o pedreiro havia matado Hélio no dia 26 de novembro de 2011, quando a vítima prestava serviços de jardinagem.

Após desentendimento entre eles, Cleber golpeou Hélio diversas vezes na cabeça a pauladas, cavou um buraco e enterrou o corpo. Em seguida, ele concretou o local. O corpo foi encontrado após escavações na Vila Planalto.

Sete vítimas

Em julho do ano passado, Cleber foi condenado a 18 anos de reclusão pela morte de José Jesus de Souza, o ‘Baiano’, assassinado aos 44 anos. Foram 16 anos e 6 meses pelo homicídio e um ano e 6 meses por ocultação de cadáver.

Cleber e José teriam se desentendido enquanto cavavam uma fossa em um terreno baldio, na Travessa Menino de Jesus, na Vila Manoel Taveira. Após a discussão, Cleber deu golpes com um instrumento contundente na cabeça da vítima.

Depois, o pedreiro enterrou o corpo do colega no terreno. Após o homicídio, Cleber teria se apoderado dos bens da vítima, como imóveis que inclusive vendeu, e outros bens repassou na negociação de compra de um automóvel. Durante o julgamento, ele foi absolvido por estelionato.

Em maio de 2022, foi determinado redimensionamento da pena definitiva de Cleber, pelo homicídio de Timótio Pontes Roman, de 62 anos. Inicialmente decretada em 18 anos de prisão, a pena foi reduzida para 15 anos e três meses, além dos 10 dias-multa. A decisão foi da 3ª Câmara Criminal.

Durante o debate ocorrido no Tribunal do Júri, a defesa chegou a alegar insanidade de Cleber, o que foi rebatido pela acusação, já que não foi apresentado laudo médico. No entanto, os advogados relataram que o que aconteceu com o pedreiro foi um momento de insanidade quando cometeu o crime, já que estaria desestabilizado por conta da dívida com o agiota.

Em depoimento, Cleber disse que matou Timótio por causa da dívida com um agiota que já estava em R$ 18 mil. Ele contou que no dia do crime os dois passaram a discutir, já que ele estava cobrando Timótio do dinheiro para pagar ao agiota, e que só matou o amigo com quem costumava tomar cerveja depois que ele teria dito a frase: “quem mandou me emprestar dinheiro?”.

Após isso, Cleber relatou que pegou o idoso pelo pescoço e o jogou dentro do poço. Ele também falou que deu golpes com o cabo de uma picareta em Timótio e depois colocou a tampa em cima do poço, que ainda ficou entreaberto. Depois, trancou as portas da casa e foi embora.

Outra vítima do pedreiro foi José Leonel Ferreira, morto aos 61 anos. Cleber foi condenado a mais 18 anos e 6 meses de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os jurados ainda determinaram a absolvição da esposa do pedreiro, Roselaine. No plenário, ela contou que acreditou no marido quando ele disse — após o crime — que tinha comprado a casa de José Leonel. O réu teria dito que o idoso tinha mudado do bairro.

Ela contou que ainda chegou a questionar o marido sobre os móveis que estavam na casa, mas o serial killer teria dito que a irmã de José iria buscar. Roselaine ainda relatou que ficou sabendo do crime quando a polícia chegou à residência, negando qualquer participação no assassinato. A morte de José Leonel deu início à descoberta da série de assassinatos provocados pelo pedreiro.

Cleber também sentou no banco dos réus pelo assassinato de Roberto Geraldo Clariano no dia 1º de fevereiro de 2022. Roberto foi assassinado em 2018, quando o pedreiro o contratou para um serviço no terreno na Avenida José Roberto Barbosa, no Recanto dos Pássaros. O serial killer foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato.

Os dois teriam discutido e, com uma pancada na cabeça usando o cabo de uma picareta, Roberto foi assassinado. Apesar de ter afirmado que Roberto é a vítima, a confirmação da identificação da vítima será feita após os exames periciais.

Na época do desaparecimento, a namorada registrou um boletim de ocorrência. Ele disse que faria um frete. O Gol de ‘Cenoura’  foi localizado na frente da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida. O vizinho conta que o homem trabalhava como vendedor e com serviços gerais e costumava deixar as chaves da casa com ele para visitar os irmãos em Goiás.