Pai de filho, de 56 e 19 anos, presos por posse irregular de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito, além de comércio ilegal de arma e tráfico internacional de arma seriam integrantes de facção criminosa e isso também seria um dos motivos que fizeram com que tivessem a prisão convertida em preventiva. A prisão da dupla aconteceu no sábado (17), no Bairro Parque do Lageado, em Campo Grande.

Conforme a decisão do juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, o pai já tem maus antecedentes e por se tratar de delito tipificado na Lei Nacional de Armas, sendo inclusive reincidente foi convertida a prisão em flagrante em prisão preventiva.

“Há indícios de que o custodiado seja integrante de organização criminosa, conforme narrativa no auto de prisão em flagrante. Isso porque há indícios de que outros indivíduos, apesar de ainda não identificados, integram o grupo criminoso, sendo imprescindível novas diligências a fim de identificar eventuais coautores. Ademais, foram apreendidas diversas armas no local, tratando-se de armamento de grosso calibre, o que evidencia gravidade em concreto da conduta”, diz a decisão do juiz em ambos os casos, de pai e filho.

O filho, mesmo sem antecedentes, pela gravidade do crime também teve a prisão mantida. “Apesar de o autuado não possuir maus antecedentes, tampouco seja reincidente em tipos penais, nem respondendo a outro procedimento com a mesma imputação, isso, por si só, é insuficiente para a concessão de sua liberdade provisória, considerando o contexto fático narrado acima”, consta.

Durante depoimento na delegacia, acompanhados de advogado, pai e filho exerceram o direito de ficarem em silêncio.

Já durante a prisão, eles contaram que uma terceira pessoa contrabandeava as armas e munições do Paraguai, e repassava para revenderem. Ele era responsável por “adaptar” as armas para calibre .22.

Prisão

Conforme consta no boletim de ocorrência, policiais da Força Tática avistaram um homem em um local conhecido pelo tráfico de drogas no Bairro Dom Antônio, que teria tentado tirar algo do bolso quando avistou os militares. Foi verificado que ele estava com seis munições calibre 357 no bolso.

O autor confirmou que vende munições de diversos calibres e armas de fogo, além de ter dito “minha casa já caiu, senhor”, quando revistado. Na casa dele, o autor indicou um balde onde guardava armas, sendo encontradas uma pistola calibre 9 mm e um revólver calibre 357, além de 51 munições e uma carabina no quarto dele.

Ainda foram apreendidos R$ 9,8 mil em espécie e o filho do autor confirmou que também participava da comercialização do armamento. O autor disse que fazia o serviço de armeiro e utilizava a oficina de um amigo e comparsa, alegando que era o amigo quem contrabandeava as armas e munições do Paraguai, e repassava para ele e o filho revenderem. Ele era responsável por “adaptar” as armas para calibre .22.

Ele ainda levou os policiais até a oficina, onde foram localizadas mais três espingardas e 570 munições de diversos calibres e seis lunetas para armas longas. O autor e suposto proprietário da casa onde funciona a oficina não foi localizado, mas o homem contou que há conversas no celular com o traficante de armas. Durante a confecção do boletim de ocorrência na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, foram encontradas na lixeira, próximo à delegacia, duas embalagens de munição calibre 357.