MP recorre e Justiça mantém inocência de réu na execução de policial militar

O policial Ilson Figueiredo foi assassinado com tiros de fuzil em 2018

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Execução aconteceu em 2018 (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

A Justiça manteve a impronúncia de Fahd Jamil acusado do assassinato do policial Ilson Figueiredo, em 2018, quando foi perseguido e morto com tiros de fuzil. O MPMS (Ministério Público Estadual) havia recorrido da decisão em abril de 2022.

“O Judiciário estadual aplicou o direito de maneira técnica e imparcial; o resultado é justo”, disseram os advogados de defesa, Gustavo Badaró e André Borges. O desembargador Ruy Celso Barbosa Florence acompanhou o voto do relator, mantendo a decisão de 1º grau, nessa terça-feira (31).

Na sua decisão, o desembargador afirmou que “Com estas considerações, não resta outra alternativa, nesta altura processual, que não acompanhar o voto do e. Relator para negar provimento ao recurso interposto pelo Ministério Público Estadual, mantendo a sentença de primeiro grau em todos os seus fundamentos.”

Decisão em abril de 2022

O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, relembra que o embasamento da acusação feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) era de que a execução teria acontecido por vingança. Isso pela suspeita de participação de Ilson Martins no ‘sumiço’ de Danielito — Daniel Alvarez Georges — filho de Fahd que desapareceu em 2011.

A acusação trabalhou com a hipótese de um envolvimento de Ilson com a morte de Danielito, caso até hoje ainda não esclarecido. Para o magistrado, faltam provas para a pronúncia dos réus pela execução do policial militar. Na peça, o juiz pontua a falta de materialidade na morte de Daniel, por não haver laudo comprovando.

As investigações também não localizaram as armas usadas no crime ou identificaram os executores, estando Juanil Miranda apontado como um agente intermediário, que não teria agido diretamente no assassinato.

Execução de Ilson

Segundo a denúncia oferecida pelo Gaeco, a execução aconteceu em 11 de junho de 2018, por volta das 6h30 na Avenida Guaicurus. A princípio, os atiradores teriam agido a mando dos outros denunciados, matando Ilson a tiros de fuzil calibres 762 e 556.

Durante as investigações, foi apurado que o crime teria ocorrido a mando de Fahd, Flavinho, Jamil Name e Filho. Ainda foi apontado que Melciades seria homem de confiança, responsável por levantar informações das vítimas do grupo e trajeto que realizavam, para que fosse possível a emboscada.

Como motivação, o Gaeco apontou que teria ligação com o desaparecimento — posteriormente dado como morte — de Danielito. Ele desapareceu em maio de 2011 e após anos de investigação foram apontados como responsáveis Claudio Rodrigues de Souza, o ‘Meia Água’, Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o ‘Betão’ e Ilson Martins.

Meia Água foi assassinado em setembro de 2015, com vários tiros em Jandira (SP). Já Betão foi encontrado morto em Bela Vista em 21 de abril de 2016. Por isso, a investigação apontou para crime de vingança na morte de Ilson. No dia do crime, o grupo utilizou uma Toro vermelha e uma SW4 branca.

Eles seguiram Ilson, que foi fechado e bateu em um muro. Depois, foi atingido pelos tiros de fuzil ainda dentro do Kia Sportage. O grupo fugiu e os veículos foram encontrados abandonados momentos depois.

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