Sem provas, réus são inocentados da execução de policial militar em Campo Grande
Crime foi investigado na Omertà
Renata Portela –
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Três réus pela morte do policial militar e então chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Campo Grande, Ilson Martins Figueiredo, foram impronunciados. Fahd Jamil, Jamil Name Filho e Marcelo Rios não vão a júri popular pela morte de Ilson, executado a tiros de fuzil na Avenida Guaicurus em 11 de junho de 2018.
Na decisão, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, relembra que o embasamento da acusação feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) era de que a execução teria acontecido por vingança. Isso pela suspeita de participação de Ilson Martins no ‘sumiço’ de Danielito — Daniel Alvarez Georges — filho de Fahd que desapareceu em 2011.
A acusação trabalha com a hipótese de um envolvimento de Ilson com a morte de Danielito, caso até hoje ainda não esclarecido. Para o magistrado, faltam provas para a pronúncia dos réus pela execução do policial militar. Na peça, o juiz pontua a falta de materialidade na morte de Daniel, por não haver laudo comprovando.
Além disso, nas mais de 4 mil páginas do processo também não foi reconhecida a morte presumida de Danielito. As investigações também não localizaram as armas usadas no crime ou identificaram os executores, estando Juanil Miranda apontado como um agente intermediário, que não teria agido diretamente no assassinato.
O juiz ainda questiona alguns pontos não esclarecidos nos autos. Entre as perguntas, estão o motivo pelo qual Fahd pediria ajuda da família Name para a execução de Ilson, uma vez que ele é apontado pela acusação como líder de organização criminosa na fronteira. “Será que ele não tem pistoleiros próprios?”, diz a peça.
Também é questionado o motivo pelo qual Juanil teria sido ‘emprestado’ apenas para arregimentar os executores. Fahd Jamil, Jamil Name Filho e Marcelo Rios foram impronunciados e o magistrado ainda pontuou que, se estivesse vivo, Jamil Name também seria impronunciado.
A decisão não recaiu sobre Flávio Correia Jamil Georges, já que o processo foi desmembrado. Também não há decisão sobre Melciades Aldana ou Juanil Miranda, já que nunca foram encontrados.
Execução na Guaicurus
Segundo a denúncia oferecida pelo Gaeco, a execução aconteceu em 11 de junho de 2018, por volta das 6h30 na Avenida Guaicurus. A princípio, os atiradores teriam agido a mando dos outros denunciados, matando Ilson a tiros de fuzil calibres 762 e 556.
Durante as investigações, foi apurado que o crime teria ocorrido a mando de Fahd, Flavinho, Jamil Name e Filho. Ainda foi apontado que Melciades seria homem de confiança, responsável por levantar informações das vítimas do grupo e trajeto que realizavam, para que fosse possível a emboscada.
Como motivação, o Gaeco apontou que teria ligação com o desaparecimento — posteriormente dado como morte — de Danielito. Ele desapareceu em maio de 2011 e após anos de investigação foram apontados como responsáveis Claudio Rodrigues de Souza, o ‘Meia Água’, Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o ‘Betão’ e Ilson Martins.
Meia Água foi assassinado em setembro de 2015, com vários tiros em Jandira (SP). Já Betão foi encontrado morto em Bela Vista em 21 de abril de 2016. Por isso, a investigação apontou para crime de vingança na morte de Ilson. No dia do crime, o grupo utilizou uma Toro vermelha e uma SW4 branca.
Eles seguiram Ilson, que foi fechado e bateu em um muro. Depois, foi atingido pelos tiros de fuzil ainda dentro do Kia Sportage. O grupo fugiu e os veículos foram encontrados abandonados momentos depois.
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